Melhora em índices de segurança não reduz sensação de medo
O secretário de Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal, Cristiano Barbosa Sampaio, disse hoje (20), na abertura da XX Reunião do Comitê Setorial de Segurança e Polícia Municipal, da União das Cidades Capitais Ibero-Americanas (UCCI), que a diminuição nas estatísticas de homicídio no Distrito Federal não resultaram em uma diminuição da sensação […]
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O secretário de Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal, Cristiano Barbosa Sampaio, disse hoje (20), na abertura da XX Reunião do Comitê Setorial de Segurança e Polícia Municipal, da União das Cidades Capitais Ibero-Americanas (UCCI), que a diminuição nas estatísticas de homicídio no Distrito Federal não resultaram em uma diminuição da sensação de medo da população. A mesma análise foi relatada também pelo diretor de Segurança Pública e Manejo de Risco de Santiago do Chile, Fabian Ruiz.
“Brasília [Distrito Federal] registrou, em 2017, o menor índice de homicídios dos últimos 29 anos. Foram 16,3 mortes a cada 100 mil habitantes. Para se ter uma ideia, em 2014, ano em que o atual governo teve início, esse índice estava em 24,3 mortes a cada 100 mil habitantes”, disse Sampaio durante a apresentação que fez na reunião do comitê.
Segundo ele, se o DF mantiver a média do primeiro semestre de 2018, chegará ao final do ano com um índice ainda melhor, de 15,5 mortes. “Isso representará uma redução de 38% na comparação com 2014”, disse à Agência Brasil, após participar da abertura da reunião.
O resultado, no entanto, parece não ser percebido pela população, segundo levantamentos feitos pelo governo do Distrito Federal. “Apesar de os números de homicídios e de outros crimes terem baixado, a população continua se sentindo insegura. Resta-nos, portanto, o desafio de ouvir a população para melhor entender o motivo dessa sensação de insegurança continuar”, acrescentou.
Levantamento similar foi feito no Chile, segundo o diretor de Segurança Pública e Manejo de Risco de Santiago, Fabian Ruiz. “Notamos que há uma relação direta entre mensagens, pessoas e realidade social. Notamos que a percepção das pessoas sobre segurança está diretamente ligada ao que é veiculado por rádios e pelas televisões”, disse à Agência Brasil. “Notamos também que uma má ação costuma ser veiculada dez vezes mais do que uma boa ação”, acrescentou o representante chileno.
De acordo com o secretário de Segurança do DF, a imprensa colabora para a manutenção dessa sensação de insegurança porque costuma apresentar “de forma casuística” as matérias relacionadas à segurança pública.
“Há um conjunto de fatores que resultam nessa situação, e a imprensa também colabora para isso por ser casuística, não passando uma visão sistêmica da situação. Por exemplo, fizemos uma coletiva de imprensa no mês passado para mostrar a melhora nas estatísticas de segurança da cidade. Ninguém deu destaque a isso”, ressaltou Sampaio. “Tivemos oito dias sem homicídio em agosto. Isso também não foi noticiado porque notícia de que alguém não morreu não é notícia”, acrescentou.
A UCCI ocorre anualmente desde 1990. A edição do Distrito Federal vai até o dia 22 de agosto, e conta com a participação de representantes de 22 das 29 cidades que integram a entidade. Entre elas, Rio de Janeiro, São Paulo, Quito (Equador), Santiago (Chile), e Barcelona (Espanha).
Durante os encontros, serão promovidos debates e trocas de experiência sobre temas como gerenciamento de intervenções ambientais/ecológicas para a promoção da segurança pública; centros integrados de segurança pública; e mecanismos de participação popular na segurança pública.
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