MEC homologa diretrizes que permitem parte do ensino médio a distância

O MEC (Ministério da Educação) homologou nesta terça-feira (20) novas diretrizes referentes ao ensino médio. Com as novas regras, até 30% do ensino médio poderá ser realizado na modalidade a distância. Nos casos de aulas em período diurnos, a porcentagem permitida para a modalidade é de 20%, enquanto para o período noturno a porcentagem chega […]

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Ministério da Educação (Foto: Divulgação
Ministério da Educação (Foto: Divulgação

O MEC (Ministério da Educação) homologou nesta terça-feira (20) novas diretrizes referentes ao ensino médio. Com as novas regras, até 30% do ensino médio poderá ser realizado na modalidade a distância.

Nos casos de aulas em período diurnos, a porcentagem permitida para a modalidade é de 20%, enquanto para o período noturno a porcentagem chega a 30%. Já para alunos do EJA (Educação para Jovens e Adultos), a possibilidade é que 80% do curso seja feito a distância.

Segundo o ministro da Educação, Rossieli Soares, a aceitação regional “dependerá da aprovação do conselho estadual de cada um dos estados”.

A reforma do ensino médio passa a ter validade somente após a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) aprovar a etapa. O prazo para implementação das mudanças é de dois anos.

Rossieli afirmou que há possibilidade da BNCC ser aprovada ainda este ano, contudo, segundo ele, é preciso entender o tempo do conselho. “Nós temos dialogado muito”, disse.

Controvérsias

A reforma do ensino médio foi aprovada no ano passado, trazendo a possibilidade do ensino a distância até mesmo para o ensino fundamental. Contudo, as mudanças foram vetadas e o presidente Michel Temer voltou atrás.

Com a homologação das novas diretrizes, apenas certa porcentagem do curso poderá ser realizada a distância, possibilitando, por exemplo, a realização de atividades de forma online.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, visando soluções orçamentárias, já defendeu a modalidade. Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro afirmou que a medida ajudaria a “baratear o ensino no Brasil”, inclusive defendendo a permissão para alunos, também, entre 6 e 14 anos.

Porém, o assunto ainda causa polêmica e diversas discussões. Especialistas questionam se realmente a permissão da medida não prejudicaria a qualidade do ensino.

Allan Kenji, pesquisador da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), afirmou que retirara as crianças do convívio escolar pode ser prejudicial a qualidade do ensino, pois poderá deixar lacunas escolares.

Segundo ele, a figura do professor ultrapassa a informação, mas ajuda a criança a se desenvolver social e pessoalmente. “O professor acompanha o desenvolvimento das crianças e faz um conjunto de mediações como figura referencial para elas”.

Enem

Rossieli Soares afirmou que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) não sofrerá mudanças por agora. Segundo o ministro, as alterações trazidas pelas novas diretrizes serão implementadas a partir de 2021.

No novo modelo do exame serão cobradas, no primeiro dia, as diretrizes comuns da Base Nacional, enquanto no segundo dia as novas áreas trazidas pela medida, as chamadas “itinerários formativos”, prova que deve avaliar conhecimentos específicos de acordo com a escolha feita pelo próprio aluno.

“A prova vai ser feita, no primeiro dia, conforme a Base Nacional Curricular. No segundo dia, será com uma área escolhida do conhecimento, conforme os referenciais dos itinerários”, pontuou o ministro.

 

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