João de Deus cometeu estelionato sexual, diz delegado
O delegado Valdemir Pereira, um dos coordenadores da força-tarefa que investiga o médium João de Deus por abuso sexual, disse nesta quinta-feira (20) que a Polícia Civil de Goiás tem “provas robustas” para que o líder religioso seja condenado por violência sexual mediante fraude. Segundo Pereira, o médium cometeu “estelionato sexual” e tinha o hábito […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
O delegado Valdemir Pereira, um dos coordenadores da força-tarefa que investiga o médium João de Deus por abuso sexual, disse nesta quinta-feira (20) que a Polícia Civil de Goiás tem “provas robustas” para que o líder religioso seja condenado por violência sexual mediante fraude. Segundo Pereira, o médium cometeu “estelionato sexual” e tinha o hábito de oferecer presentes às vítimas para silenciá-las.
Nesta quinta-feira, a Polícia Civil de Goiás concluiu o primeiro inquérito contra o líder religioso e decidiu pedir seu indiciamento pelo crime de “violência sexual mediante fraude”, artigo 215 do Código Penal, já que o agressor fazia o abuso parecer uma prática comum da consulta espiritual. A pena para esse crime varia de dois a seis anos de cadeia, em regime fechado.
“Foi um estelionato sexual, a vítima foi lá (Casa Dom Inácio de Loyola) para ser curada e ele (João de Deus), aproveitando dessa situação, enganou a vítima e abusou dela sexualmente. A Polícia Civil entende que há provas robustas contra o investigado”, afirmou o delegado.
O inquérito concluído pelos investigadores leva em conta o caso de uma única vítima, de aproximadamente 40 anos de idade, que sofreu o abuso sexual em outubro deste ano. Para encerrar a apuração, a Polícia Civil de Goiás levou, na quarta-feira, 19, a mulher ao local, a Casa Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus fazia os atendimentos espirituais. Ela reconheceu a sala onde foi abusada e voltou a dar detalhes de como aconteceu o crime.
“Levamos a vítima ao local e ela descreveu onde foi abusada. A perícia esteve no local e a Polícia Civil entende que há provas para uma condenação”, afirmou o policial.
Inicialmente, a investigação tinha 15 casos, mas apenas um deles aconteceu depois de junho de 2018, pois, até setembro, o Código Penal determinava prazo máximo de seis meses para a denúncia após o crime. Ainda assim, algumas das vítimas servirão como testemunha no processo. Como se trata da única vítima, o policial relatou que a mulher está “ansiosa” e com “medo”.
O delegado contou ainda que João de Deus tinha a prática “comum” de oferecer presentes às mulheres após tentar os abusos, com o objetivo de evitar que elas o denunciassem. “Isso (tentativa de silenciar a vítima) ficou muito claro. Essa é uma prática comum dele. Ele abusa sexualmente da vítima e depois dá presentes às pessoas abusadas”, explicou.
O caso. A reportagem apurou que, neste caso específico, a mulher visitou a Casa Dom Inácio de Loyola várias vezes e sempre acompanhada de um namorado. Em uma dessas ocasiões, ela ficou sozinha com o médium em uma sala para a consulta espiritual. Com as luzes apagadas, João de Deus teria começado a tocar próximo à região íntima da denunciante que, neste momento, percebeu que ele estaria com o órgão sexual exposto.
Aos policiais, a vítima contou que, quando percebeu a tentativa do médium, tentou resistiu e interrompeu qualquer contato físico. Nesse momento, João de Deus teria oferecido uma pedra de valor e dois quadros religiosos para a vítima. A reportagem apurou que, em seu depoimento à Polícia Civil, João de Deus disse não se lembrar de ter dado esta pedra, mas admitiu a oferta de “quadros”. O médium está preso no Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia (GO) desde o último domingo, 16. *Com Terra
Notícias mais lidas agora
- Polícia investiga ‘peça-chave’ e Name por calúnia contra delegado durante Omertà
- Ex-superintendente da Cultura teria sido morto após se negar a dar R$ 200 para adolescente
- Suspeito flagrado com Jeep de ex-superintendente nega envolvimento com assassinato
- Ex-superintendente de Cultura é assassinado a pauladas e facadas no São Francisco em Campo Grande
Últimas Notícias
Semana começa com 3556 vagas de emprego em Mato Grosso do Sul
São 956 vagas para a capital que abrangem diversas áreas e níveis de escolaridade
Com feira de adoção e desfile de pets, ação em shopping de Campo Grande reforça combate ao abandono animal
Evento foi realizado no shopping Bosque dos Ipês, na tarde deste sábado (14)
Grupo especializado em roubo de camionetes é ligado a facção e usava codificador de chaves
Investigações mostram que ordens de furtos vinham de presídio de Mato Grosso
Lula segue internado e fará exames de sangue, diz boletim médico
Alta está prevista para a próxima semana
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.