Condenado a 21 anos de prisão por latrocínio
Policiais civis do Distrito Federal cumpriram, nesta semana, um mandado de prisão expedido em 2000, e que perderia a validade no próximo mês de agosto. O alvo – um ex-policial militar – foi condenado a 21 anos de prisão por latrocínio há 18 anos e, desde então, estava “fora do radar” das forças de segurança do DF.
Segundo o diretor da Divisão de Capturas da Polícia Civil do DF, delegado Antônio João Dimitrovi, o ex-militar Hermínio Marques de Souza se aproveitou da “fragilidade” do sistema para escapar da cadeia. No momento da prisão, o homem estava com documentos originais, emitidos na década de 1990.
“Quando a pessoa está foragida por um crime desses, ela acaba indo para a zona rural. Não usa cartão de crédito, não abre cadastros, não renova carteira de motorista”, diz Dimitrovi. O homem foi encontrado em Planaltina.
“No caso dele, como o mandado já estava expedido, você nem consegue quebrar o sigilo bancário ou telefônico. A gente consegue isso para investigar o crime, mas não para localizar alguém condenado.”
Segundo o delegado, a “sorte” da Polícia Civil, neste caso, foi que a gravidade do crime garantiu uma validade mais extensa para o mandado de prisão. Caso o ex-PM tivesse sido condenado a uma pena menor, possivelmente, o documento já teria prescrevido a essa altura.
‘Semana Mais Santa’
O mandato foi cumprido na operação Semana Mais Santa, que tenta tirar de circulação autores de crimes considerados “mais graves”. Desde segunda (26), dez pessoas com condenação judicial e mandado expedido foram detidas.
Na manhã desta quinta (29), a Polícia Civil prendeu um advogado condenado por desvio de recursos no Instituto Candango de Solidariedade (ICS). Robson Neves Fiel dos Santos é cunhado do ex-diretor da entidade, Ronan Batista de Souza – que também já foi condenado, mas ainda não é alvo de mandado de prisão.
Segundo Dimitrovi, os dois já foram condenados em primeira e segunda instância – por isso, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), já podem começar a cumprir as penas.
Ainda de acordo com o delegado, Santos já tinha impetrado um habeas corpus preventivo no STF contra essa possível prisão. Até a tarde desta quinta, o recurso ainda não tinha sido julgado pelo tribunal.
“Esse mandado nem estava no âmbito da operação, mas como a gente sabe que ele é advogado, tem conhecimento do sistema, resolvemos incluir”, afirma Dimitrovi.
Além desses casos, a operação Semana Mais Santa também prendeu duas pessoas em flagrante por tráfico de drogas, e outras seis em cumprimento de mandados de prisão anteriores – incluindo um condenado por estupro de vulnerável.