Advogado chamou magistrado de “safado” e “vagabundo”
Durante um julgamento na 1ª Câmara Cível de Santa Catarina, o advogado Felisberto Odilon Córdova acusou um desembargador do Tribunal de Justiça do Estado, que era relator do processo, de supostamente lhe cobrar R$ 700 mil para julgar o caso a favor de seu cliente.
“O julgamento que está acontecendo aqui é comprado”, disse o advogado. “O descarado chegou a mandar para o nosso escritório uma contraproposta de que poderíamos cobrir-lhe por R$ 700 mil” afirmou o Córdova no Tribunal, exaltado.
O caso analisado pelo Tribunal em questão envolvia uma disputa de R$ 35 milhões em honorários para o cliente de Córdova. O advogado não poupou críticas ao desembargador, e pediu apuração do Ministério Público.
“Isso aqui não é o Senado, isso aqui não é a Câmara dos Deputados! Isso aqui é um Tribunal de Justiça!”, bradou Felisberto. “Tudo está sendo nulo aqui! Safado!”, afirmou o advogado.
Após as declarações, o advogado recebeu voz de prisão do desembargador, ao que respondeu chamando-lhe de “vagabundo”. O desembargador exigiu intervenção do presidente da Câmara, desembargador Raulino Brunning.
“Eu não vou admitir que um advogado me chame de vagabundo e o senhor não tome providências. Eu nunca passei por isso na minha vida. Eu tenho 25 anos de magistratura. Eu requiro a prisão do advogado”, disse o acusado.
O desembargador Brunning pediu vistas dos autos, suspendeu o julgamento e decidiu oficiar o Ministério Público e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para acompanharem a suposta denúncia.
O presidente da OAB-SC, Paulo Brincas, instaurou uma comissão para apurar os fatos. O presidente do TJ-SC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina), desembargador Alexandre d'Ivanenko, afirmou que pretende analisar o caso para depois se manifestar.
Confira abaixo o vídeo da sessão em que o advogado profere as acusações ao desembargador: