Temer diz que paralisação da PM no Espírito Santo é ‘ilegal’ e ‘inaceitável’

Primeira vez que fala sobre o assunto

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Primeira vez que fala sobre o assunto

Em nota divulgada nesta sexta-feira (10), o presidente Michel Temer disse condenar o movimento de policiais militares no Espírito Santo que causou uma crise na segurança pública do estado. Foi a primeira manifestação oficial do presidente sobre o assunto.

Para o presidente, a paralisação, que ele chamou de “ilegal”, é “inaceitável”. Temer afirmou ainda que o direito à reivindicação “não pode tornar o povo brasileiro refém”.

A manifestação do presidente foi divulgada somente uma semana depois do início da onda de violência que deixou 121 mortos, segundo o Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo).

A crise no estado teve início após mães, esposas e irmãs ocuparem a frente de Batalhões e Quartéis da Polícia Militar na Grande Vitória e em cidades do interior, impedindo os policiais de saírem para o traballho. Elas pedem melhores condições de trabalho para a PM e aumento salarial (reposição da inflação e 10% de ganho real).

“O presidente Michel Temer acompanha, desde os primeiros momentos, todos os fatos relacionados à segurança pública no Espírito Santo. Condena a paralisação ilegal da polícia militar que atemoriza o povo capixaba. Ao saber da situação, determinou o imediato envio de dois mil homens para reestabelecer a lei e a ordem no Estado”, diz trecho da nota da Presidência da República.

“O presidente ressalta que o direito à reivindicação não pode tornar o povo brasileiro refém. O estado de direito não permite esse tipo de comportamento inaceitável”, continua o texto.

Negociações

Desde o início da paralisação, governo e familiares de PMs vem negociando a volta ao trabalho dos policiais. O governo do estado diz ser impossível dar reajuste, mas já propôs avaliar promoções, carga horária dos PMs e outras reivindicações.

Na madrugada desta sexta, porém, as mulheres de PMs não aceitaram o que foi proposto pelo estado e seguiram ocupando a frente dos batalhões no estado e impedindo a saída do policiais.

Nesta sexta, o secretário de Segurança Pública, André Garcia, afirmou que 703 policiais foram indiciados pelo crime de revolta. Eles terão o ponto cortado desde o último sábado (4), quando começaram os protestos. Caso sejam condenados, os militares podem pegar de 8 a 20 anos de detenção.

Temer afirma na nota divulgada pelo Palácio do Planalto que fará “todos os esforços” para que o estado possa retornar à normalidade o quanto antes. Ele diz na nota, assim que se informou sobre a paralisação, determinou o imediato envio de 2 mil homens das Forças Armadas e da Força Nacional “para reestabelecer a lei e a ordem no estado”.

Segundo o Ministério da Defesa, o efetivo será aumentado até domingo (12), e pode chegar a 3 mil militares para o policiamento de Vitória e do interior do estado. O governo do Espírito Santo também anunciou a chegada de outros 500 militares no estado. Ainda não foi informado, porém, quando a tropa será enviada.

Os novos militares serão utilizados para normalizar o transporte público e serão empregados nos terminais, interior dos ônibus e nas garagens das empresas responsáveis pelo transporte coletivo.

Nota

O presidente Michel Temer acompanha, desde os primeiros momentos, todos os fatos relacionados à segurança pública no Espírito Santo. Condena a paralisação ilegal da polícia militar que atemoriza o povo capixaba. Ao saber da situação, determinou o imediato envio de dois mil homens para reestabelecer a lei e a ordem no Estado.

O presidente tem se informado todos os dias com o governador Paulo Hartung e vai fazer todos os esforços para que o Espírito Santo retorne à normalidade o quanto antes. Agirá da mesma forma sempre que necessário, em todos os locais onde for preciso.

O presidente ressalta que o direito à reivindicação não pode tornar o povo brasileiro refém. O estado de direito não permite esse tipo de comportamento inaceitável.

O presidente conclama aos grevistas que retornem ao trabalho como determinou a Justiça e que as negociações com o governo transcorram dentro do mais absoluto respeito à ordem e à lei, preservando o direito e as garantias do povo que paga o salário dos servidores públicos, sejam eles civis ou militares.
 

 

 

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