Presos ameaçados no AM trocam duas vezes de presídio em menos de um dia

Segundo a SSP-AM a decisão foi tomada visando a segurança dos detentos

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Segundo a SSP-AM a decisão foi tomada visando a segurança dos detentos

Em mais um sinal da situação caótica do sistema carcerário do Amazonas, 20 presos ameaçados de morte foram transferidos duas vezes de cidade em menos de 24 horas.

O grupo estava no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim) durante o massacre do Ano Novo, que deixou ao menos 56 mortos. Por segurança, foram transferidos em seguida para a Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no centro de Manaus, onde ao menos quatro detentos foram mortos no domingo (8).

Na manhã desta segunda (9), esses 20 presos foram levados a uma prisão em Itacoatiara, a 270 km de Manaus, mas uma decisão judicial a pedido do governo estadual fez com que eles voltassem à cadeia pública na madrugada desta terça-feira (10).

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Amazonas se limitou a dizer que a decisão “atende a um pedido da Secretaria de Administração Penitenciária visando a segurança dos detentos”.

A reportagem procurou o secretário de Administração Penitenciária, Pedro Florêncio, mas ele não respondeu ao pedido de esclarecimento.

FORÇA NACIONAL

A Força Nacional desembarcou na madrugada desta terça (10) em Manaus (AM) para ajudar a controlar a crise nos presídios. Dois aviões da FAB (Força Aérea Brasileira), com viaturas e equipamentos, já chegaram a Manaus, por volta das 4h55 e das 10h30, respectivamente. Uma terceira aeronave deve chegar no período da tarde.

A autorização de envio dos militares para o Amazonas e Roraima ocorreu sob cobrança de governadores ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Segundo o ministro, serão cem homens para cada Estado. Eles não atuarão dentro das penitenciárias, mas nas ruas, no perímetro das cadeias.

A governadora de Roraima, Suely Campos (PP), havia solicitado o reforço da Força Nacional, vinculada ao Ministério da Justiça. Em uma carta, ela reconheceu que o seu governo não pode “garantir a integridade física” dos presidiários de “forma plena”. Sob essa justificativa, solicita “em caráter de urgência” maior auxílio financeiro para financiar construções em duas penitenciárias do Estado.

Na semana passada, o governo anunciou a construção de cinco presídios federais, o que seria suficiente para preencher apenas 0,4% do atual deficit de cerca de 250 mil vagas no sistema prisional. Para acabar com o deficit, seriam necessários de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões -ante um custo aproximado de R$ 45 mil por vaga (segundo o governo federal).

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