Delator enviou carta à Justiça acusando 18 coronéis em esquema
Em uma carta enviada à Justiça, o tenente-coronel José Afonso Adriano Filho revelou um suposto esquema envolvendo policiais militares que teria desviado R$ 200 milhões de recursos do governo do Estado de São Paulo com contratos fraudulentos.
Segundo Adriano, o esquema ocorria da seguinte forma: departamentos de dentro da estrutura da Polícia Militar, como o DSA (Departamento de Suporte Administrativo) abriam licitações para contratos com empresas.
Após o fechamento das licitações, pessoas com acesso a senhas do GSP (Grupo de Planejamento Setorial), órgão de licitações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, davam aval minutos depois do fim dos certames. O prazo, por lei, seria de pelo menos 30 dias.
Ao todo, 523 empresas estariam envolvidas no esquema, na maioria laranjas e comandadas por militares. Ao todo, o DSA teria fechado 6,2 mil contratos para desvio de recursos entre 2005 e 2012, dos quais 5 mil seriam fraudulentos.
Os contratos eram destinados a obras em quartéis da PM de todo o Estado de São Paulo, que quase nunca eram executadas. A Justiça acredita que os desvios tenham levado ao enriquecimento do tenente-coronel José Adriano, que possui uma casa avaliada em R$ 12 milhões.
Adriano aponta 18 coronéis envolvidos no suposto esquema. Ele negocia acordo de delação premiada com a PGJ (Procuradoria-Geral da Justiça), após ter sido preso em março, durante a Operação Imperador – chamada de Lava Jato da Polícia Militar de São Paulo.