Picciani é acusado pelo MPF de receber quase R$ 50 milhões em propinas
Entre julho de 2010 a julho de 2015
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Entre julho de 2010 a julho de 2015
O deputado estadual Jorge Picciani (PMDB-RJ), ex-presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), é acusado de receber R$ 49,96 milhões em propinas de empresários de ônibus entre julho de 2010 a julho de 2015, em 34 ocasiões distintas, segundo a denúncia apresentada pelo MPF (Ministério Público Federal) ao TRF2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região). Picciani foi denunciado por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Os procuradores também acusam o deputado peemedebista Paulo Melo de ter recebido R$ 54,3 milhões em propina do esquema criminoso entre agosto de 2010 e fevereiro de 2015, em 25 ocasiões distintas.
“O denunciado Jorge Sayed Picciani solicitou e recebeu dos empresários ligados à Fetranspor, ao longo de décadas, indevida vantagem econômica como contrapartida aos atos funcionais praticados com desvio de finalidade ou com a omissão do dever funcional decorrente do cargo de deputado estadual”, diz a denúncia.
O MPF ofereceu na quarta-feira (6) à noite a denúncia contra os deputados Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB, e mais 16 pessoas por corrupção e outros crimes. Picciani, Melo e Albertassi estão presos na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte da cidade.
Cadeia Velha
Os denunciados são investigados pela Operação Cadeia Velha, que apurou o pagamento de propina por parte de empresários ligados à Fetranspor (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro), entidade que reúne as empresas de ônibus do estado do Rio de Janeiro.
Segundo a denúncia, Picciani recebeu os valores por ordem do empresário do ramo de ônibus José Carlos Lavouras, que agia em nome dos demais denunciados ligados à Fetranspor: Jacob Barata Filho, Lélis Teixeira e Marcelo Traça.
“O poder político desses deputados era sua moeda de troca para atender interesses comerciais específicos de determinadas empresas. O que a organização criminosa fez foi, na verdade, uma captura de soberania popular. Transformou a soberania popular em moeda de troca de corrupção”, disse a procuradora regional da República, Silvana Batini.
Outro lado
Sobre as citações a José Carlos Lavouras, a defesa do empresário informou que “as delações visam a dar prêmios a criminosos confessos, que ficam impunes. Por isso, delatores reiteradamente faltam com a verdade e induzem autoridades em erro. Por este motivo, tantas delações estão se revelando inconsistentes”.
A defesa de Jacob Barata Filho informa que “não há qualquer evidência de distribuição ou recebimento de dinheiro ilícito em prol de qualquer agente público por parte do empresário”
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