Morre segurança de creche que ateou fogo em crianças em MG

Era funcionário da prefeitura

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Era funcionário da prefeitura

Morreu no início da tarde desta quinta-feira (5) o segurança Damião Soares dos Santos, 50 anos, que ateou fogo em crianças e numa professora dentro de uma creche, em Janaúba (MG). Ele também jogou combustível em seu corpo e chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Em seu perfil numa rede social, internautas reagiram com indignação ao caso. A prefeitura da cidade confirmou que Damião era funcionário da prefeitura e estava em tratamento médico.Morre segurança de creche que ateou fogo em crianças em MG

O segurança estava afastado do trabalho por licença médica e, de acordo com informações da PM, era funcionário da Prefeitura desde 2008. Segundo a PM, Damião morreu às 14h50 e teve 100% do corpo queimado. O prefeito Carlos Mendes lamentou o ocorrido e decretou luto de 7 dias na cidade. Em vídeo, o chefe do executivo municipal confirmou que o agressor estava em processo de tratamento médico. Uma funcionária que estava no pátio da creche disse que Damião esteve no local pela manhã e voltou em seguida.

 

O perfil de Damião nas redes sociais foi excluído logo após a confirmação de sua morte. Nele, o segurança fez postagens sobre depressão e envenenamento de comida fornecida aos presidiários. A exclusão ocorreu após os inúmeros xingamentos.

O número de vítimas ainda está sendo levantado pelas autoridades de Segurança, mas já está confirmada a morte da professora Elen Abreu e mais quatro crianças. A professora estava na sala de aula quando Damião entrou e a trancou junto com as crianças. Com as chamas, o teto do estabelecimento derreteu e a Polícia Civil interditou o local. Mais de 80 crianças estavam na creche quando o crime foi cometido.

O caso ganhou rapidamente as manchetes de todos os principais jornais e portais de notícias de todo o país e até no exterior. A rede britânica BBC noticiou e deu destaque para o caso.

Em Montes Claros, para onde também estão sendo levados os sobreviventes, a visita a pacientes da unidade de saúde foram suspensas. Três aeronaves, sendo dois helicópteros dos Bombeiros, estão prestando socorro às vítimas e um avião particular também ajuda no resgate.

Em Belo Horizonte, equipes médicas já estão mobilizadas no Hospital João XXIII, referência em queimados no Estado. O primeiro dos feridos saiu de Janaúba por volta de 12h20 à caminho da capital mineira.

Testemunhas relatam desespero durante o resgate

Um áudio divulgado por uma das funcionárias disse que Damião entrou na escola com o balde na mão e foi em direção a uma sala. Ela estava no pátio começando a dar almoço quando percebeu o fogo. Apenas as turmas berçário e maternal I não foram atingidas. O cenário de horror é retratado pela funcionária como algo que ela nunca pensou que fosse ver na vida.

Um morador de Janaúba que ajudou a socorrer as vítimas do ataque incendiário contra crianças numa creche disse que não consegue acreditar em desgraça maior que a ocorrida na manhã desta quinta (5), quando foi surpreendido com a agitação na creche. Ele levou em seu carro algumas crianças queimadas ao hospital da cidade.

Forças de Saúde e Segurança mobilizadas

O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) estava no município de Araújos, na região centro-oeste do Estado e seguiu para Janaúba quando soube do fato e mobilizou todas as forças de Saúde e Segurança de Minas Gerais.

Nota do Governo do Estado

Informamos que, tão logo tomou ciência da tragédia ocorrida nesta manhã em Janaúba, o governador Fernando Pimentel determinou de imediato a mobilização de todas as forças de Saúde Pública e de segurança do Estado – Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil – nas operações de resgate e salvamento.

Um posto de comando emergencial foi instalado no local para alinhar todos os esforços dos órgãos públicos envolvidos. Informamos, ainda, que o governador Fernando Pimentel irá ao local ainda na tarde desta quinta-feira (05/10).

A Secretaria de Estado de Saúde e a Fundação Hospitalar de Minas Gerais montaram uma operação especial para receber as vítimas, tanto em hospitais na região, quanto no Hospital João XXIII, se necessário. Toda a estrutura necessária, o que inclui aeronaves, veículos e demais equipamentos públicos, também foi colocada à disposição.

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