‘Minha filha voou dos meus braços’, disse o pai de bebê morto por um rojão
Na virada do ano
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Na virada do ano
Com queimaduras abaixo do braço e da perna esquerda, o pedreiro Rafael Alves, de 34 anos, ainda não entende como alguém solta fogos na rua “sem medir os riscos para as pessoas”. Na virada do ano, Rafael mostrava os fogos para a filha Raphaelly Alves Rocha da Silva, de dez meses, que estava em seu colo, quando foi atingido por um rojão. Raphaelly morreu pelo ferimento causado próximo ao seu pulmão.
“Este ano já estava desanimado e não fiz festa em casa. Pouco depois de meia-noite subi com ela para a laje. De repente, vi um clarão em cima de nós. Minha primeira reação foi achar que havia perdido o braço. Não sentia nada. Fiquei tonto. Ela (Raphaelly) voou dos meus braços. Quando percebi que meu braço estava no lugar fui atrás da minha filha que estava caída no chão. Ela agonizava com um ferimento perto do seu pulmãozinho”, contou o pedreiro ao G1 na tarde desta terça (3).
Rafael afirma que no hospital entregou a filha ao médico até receber, pouco tempo depois, a notícia de que a menina havia morrido pelo ferimento causado pelo rojão. Na tarde de domingo, Rafael foi liberado pelo médico a voltar para casa, numa rua da Taquara, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.
“A pessoa para soltar esse tipo de foguete tem que estar ciente do risco. Ela não teve a menor preocupação de quem poderia ser atingido. Não quero acusar ninguém. Tinha muita gente na rua, mas é preciso ter cuidado. Olha o que causou”, diz.
Rafael tem três filhas do primeiro casamento. Raphaelly era filha única de sua união com a balconista Vanessa Cristina, de 35 anos.
Homicídio culposo
Após o parto, Vanessa contraiu uma infecção hospitalar o que levou à retirada do útero e ovário, inviabilizando uma nova gravidez. Ela deu uma entrevista para o Bom Dia Rio e falou sobre o caso.
O delegado Rodolfo Waldeck, da 32ª DP (Taquara), que investiga o caso avalia a possibilidade de indiciar por homicídio culposo (sem intenção de matar) a pessoa que atirou o rojão que atingiu Raphaelly. O policial aguarda o atestado de óbito da menina e o resultado do exame de corpo de delito de Rafael Alves.
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