Espírito Santo registra 87 mortes, e volta a ficar sem ônibus
Policial Civil foi morto nesta terça-feira (7)
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Policial Civil foi morto nesta terça-feira (7)
Após cinco dias de protesto que impedem o policiamento no Espírito Santo, o estado já registrou 87 mortes violentas, segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo.
Nesta quarta-feira (8), os ônibus não circulam na Grande Vitória, com a proibição do Sindirodoviários (Sindicato dos Rodoviários do Espírito Santo). Na terça-feira (7) os coletivos voltaram a circulação, no entanto ocorreram ataques contra as frotas e rodoviários.
“Não terá ônibus nenhum no dia 08/02/2017! Prefiro pagar um preço por minha atitude, do que chorar por um rodoviário morto”, disse em publicação no Facebook, Edson Basto, presidente do sindicato.
De acordo com a nota, Bastos diz que nesta terça houve registros de assaltos aos ônibus e um motorista teria sido agredido quando estava a caminho do trabalho. Ele ainda diz que proibiu que a categoria trabalhe nesta quarta, porque a Grande Vitória não conta com uma segurança necessária.
Escolas e faculdades estão fechadas, postos de saúde e prefeitura não terão atendimento. Alguns bancos e comércio também não abrem.
Mesmo com a segurança nas ruas sendo feita pelas Forças Armadas e Forças Nacionais e parte dos efetivos da PM, os crimes continuam acontecendo no estado.
Policial Civil morto em assalto
O investigador Mario Marcelo de Albuquerque, conhecido por Marcelinho, foi atingido por um criminoso ao intervir no assalto a um motociclista.
Marcelinho estava de carro com um colega quando, na altura da Curva Mario Cassani, na BR-259, abordaram criminosos que assaltavam um motociclista. Houve troca de tiros e o investigador foi baleado na barriga. Os assaltantes conseguiram fugir e ninguém foi preso ainda.
Mario foi levado para o Hospital São Bernardo, em Colatina, mas não resistiu e morreu. o investigador deixa esposa e dois filhos.
Manifestação
Familiares e amigos de policiais militares estão desde sexta-feira (3), realizando manifestações em ao menos 30 cidades do Espírito Santo, impedindo a saída das viaturas para as ruas e afetando a segurança. Ele reinvidicam reajuste salarial, eles pedem o pagamento de auxílio-alimentação, adicional noturno, por periculosidade e insalubridade. Também denunciam o sucateamento da frota e falta de perspectiva de carreira.
Eles protestam no lugar dos policiais militares, que são proibidos pelo Código Penal Militar de fazer greve ou paralisação. A pena para o PM que participar em atos desse tipo pode chegar a dois anos de prisão.
Sem todo o efetivo da PM nas ruas, o estado vive uma onda de violência com mortes, saques e assaltos.
Reunião
A reunião entre mulheres de PMs, associações dos militares e deputados estaduais e a senadora Rose de Freitas (PMDB), na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, terminou sem acordo e os protestos nas portas dos batalhões continuam.
As manifestantes querem um encontro com o governo estadual nesta quarta, mas ainda não há nada marcado.
Thamires da Silva, esposa de policial, disse que espera um diálogo com o governo.
“Queremos antecipar o diálogo o quanto antes. Nossa pauta pede o reajuste de 43% referentes aos últimos três anos em que isso não aconteceu, além da anistia dos PMs para que eles não sofram retaliações. Só após essas duas exigências serem aceitas, poderemos negociar a saída dos policiais”, disse Thamires.
População exige segurança
Nesta terça, moradores protestaram diante de batalhões do Espírito Santo exigindo que os PMs voltem para o trabalho. Atos semelhantes aconteceram em Vitória, Guarapari e Cachoeiro de Itapemirim.
Em Vitória, o Exército precisou ir ao local para controlar a manifestação e restabelecer o trânsito. Manifestantes colocaram fogo em pneus e chegaram a interditar os dois sentidos da Avenida Maruípe nesta tarde. Houve confronto entre manifestantes e o Exército usou gás de pimenta para acabar com o tumulto.
Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo
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