Em carta, menor detido descreve plano de resgate e assassinato de agentes
Infrator de 16 anos
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Infrator de 16 anos
Uma carta com ameaças de morte a agentes socioeducativos levou medo e tensão aos servidores da Unidade de Internação de São Sebastião e ao Governo do Distrito Federal. No texto, encontrado na terça-feira (26) durante revista aos internos no local, o menor de 16 anos pedia a uma pessoa identificada apenas como “tio” reforços de outros menores armados para sequestrar e matar funcionários durante uma escolta dos adolescentes à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), na Asa Norte.
A Secretaria de Políticas para a Criança, Adolescência e Juventude (Secriança) confirmou a existência da carta. O texto descreve uma violenta tentativa de resgate. Três menores, dois deles armados, colidiriam um carro contra o veículo da escolta armada no momento em que eles chegariam à DCA.
No local, renderiam os agentes e libertariam os adolescentes, que seriam apreendidos após uma simulação de rebelião. Depois, o grupo sequestraria os servidores e, segundo a carta, os mataria. Não se sabe quem seria o “tio” a quem essa carta seria enviada.
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Em nota, a Secriança informou que o menor vai cumprir até 15 dias de medida disciplinar na unidade. Segundo a pasta, o infrator ficará fora das atividades internas nesse período.
“Não houve crise”, afirma coordenador
Apesar do teor violento do texto, o coordenador de Internação e Semiliberdade da Subsecretaria do Sistema Socioeducativo do Distrito Federal, Carlos Augusto Pereira de Sousa, não vê motivo para pânico. “Não houve qualquer situação de crise (com a divulgação da carta). Inclusive, pedimos ajuda à polícia e identificamos o autor”, disse ao Correio.
Ainda segundo Sousa, a Unidade de Internação de São Sebastião está “sob controle”. “Nós não podemos divulgar números de internos nem de servidores no local por questões de segurança, mas não há superlotação nem baixo efetivo”, garantiu.
Agentes temem ameaças dos internos
A declaração do coordenador da Secriança não alivia, contudo, o temor dos agentes socioeducativos que atuam nas unidades de internação. O presidente do Sindicato dos Servidores da Carreira Socioeducativa do Distrito Federal (SSE/DF), Walter Marques, comenta que trabalhadores da categoria vivem sob constantes ameaças de morte.
“A carta só escancara o risco que os agentes correm no dia-a-dia”, acusa o representante. Ele acredita que seria preciso que os responsáveis pela escolta permanecessem armados durante o trajeto. Porém, o porte de armas não é permitido a agentes socioeducativos. Um projeto de lei para derrubar a proibição, de autoria do senador Hélio José (Pros/DF) chegou a tramitar no Senado, mas o texto acabou arquivado em março deste ano.
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