Esquema é investigado na cidade

Sete pessoas foram presas em uma operação na manhã desta quarta-feira (27) em Cuiabá e em Várzea Grande, na região metropolitana da capital, em uma ação policial que investiga o esquema de grampos clandestinos em Mato Grosso.

Inicialmente, a assessoria da Polícia Civil informou que 8 tinham sido presos, mas às 11h25 voltou atrás e confirmou que 7 foram presos. Apenas o major Michel Ferronato não foi localizado e é procurado pela polícia. Ele estaria fora de Mato Grosso.

As prisões e busca e apreensão foram decretadas nessa terça-feira (26) pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Orlando de Almeida Perri, atendendo a um pedido da delegada da Polícia Civil, Ana Cristina Feldner, que investiga o esquema dos grampos.

Foram presos:

coronel Airton Siqueira (secretário de Justiça e Direitos Humanos),
coronel da PM Evandro Alexandre Lesco,
Helen Christy Carvalho Dias Lesco (mulher de Lesco),
Paulo Taques (ex-secretário chefe da Casa Civil e primo do governador de Mato Grosso),
Rogers Jarbas (secretário estadual de Segurança Pública),
sargento João Ricardo Soler,
empresário José Marilson.

De acordo com a Polícia Civil, até o final da manhã, a ‘Operação Esdras’ cumpriu 7 dos 8 mandados de prisão. Também devem ser cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e um mandado de condução coercitiva.

As medidas cautelares são contra dois advogados. A condução coercitiva é contra o corregedor-geral da PM, coronel Carlos Eduardo Pinheiro da Silva. Os alvos da operação ainda não se posicionaram sobre a operação. O governo de Mato Grosso também não se pronunciou.

A central clandestina vigorou entre 2014 e 2015 e era operado pela Polícia Militar em Mato Grosso. O “escândalo dos grampos” veio à tona em uma matéria divulgada pelo Fantástico em maio deste ano.

Segundo a Polícia Civil, a Operação Esdras, em hebraico, significa ajudador. É um livro bíblico que conta a história de um escriba e de pessoas fiéis e diligentes que venceram a oposição e a resistência para reconstruir o templo de Deus e restaurá-lo a sua antiga glória.

O desembargador determinou que sejam cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão na casa de Paulo Taques, no condomínio Florais, em Cuiabá, no escritório dele, na região da Miguel Sutil, na casa de Lesco e da mulher, no Bairro Jardim Bom Clima, na casa de Soler, no Bairro Ikaraí, em Várzea Grande, na casa de Ferronato, no Bairro Jardim Aclimação, na capital, na residência de Jarbas, no Bairro Jardim Itália.

Perri determinou também a apreensão de todo e qualquer material utilizado para espionagem, apreensão de aparelhos eletrônicos, especialmente celulares.

A operação surgiu após depoimento do tenente-coronel José Henrique Costa Soares, que atua como escrivão no inquérito policial militar que apura o esquema dos grampos. Ele revelou os novos participantes do suposto grupo criminoso: o delegado Rogers Elizandro Jarbas, o major Michel Ferronato, o sargento Soler e Helen, mulher de Lesco.