Criança é internada em hospital do Recife com infestação de larvas de mosca na cabeça

Situação começou com proliferação de piolhos

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Situação começou com proliferação de piolhos

Uma menina de 5 anos está internada no Hospital Maria Lucinda, no bairro do Parnamirim, na Zona Norte do Recife, por causa de uma infestação de larvas de moscas na cabeça. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e acompanhado pelo Conselho Tutelar, que fez a denúncia de suspeita de maus-tratos às autoridades.

De acordo com o conselheiro tutelar Anderson Araújo, responsável pelo caso, a menina vem sofrendo há meses e tudo começou com a proliferação de piolhos. “De tanto coçar a cabeça por causa dos piolhos, ela fez umas feridas. As moscas aproveitaram a ferida para depositarem seus ovos”, explicou Araújo.

Segundo o Conselho Tutelar de Olinda, a denúncia foi feita pelo próprio hospital, que se chocou com a situação da criança. “Fomos chamados na quinta-feira [6] para verificar o estado da menina e saber com quem ela estava no hospital. Foi a avó materna que percebeu as larvas e a levou imediatamente para o hospital”, apontou Araújo nesta segunda-feira (10).

A menina morava com os pais em Águas Compridas, Olinda, Grande Recife. Questionados sobre a infestação pelos conselheiros tutelares, pai e mãe disseram que a criança fazia tudo sozinha, se arrumava e comia sem a ajuda de ninguém e reclamava se mexessem em seu cabeça. Por isso, as larvas teriam passado despercebidas.

“O que me surpreendeu é que eles não moram num lugar de extrema pobreza. Geralmente, em casos assim, a família vive uma situação de extrema pobreza. Porém, eles não. É uma casa humilde, mas limpa e organizada. Ali é um caso de negligência de um tamanho que não tem justificativa. Aquilo não é de um dia para o outro e sim meses”, pontuou Anderson.

Na sexta-feira (7) o Conselho Tutelar procurou a delegacia de Peixinhos, em Olinda, onde prestou queixa. A instituição ainda encaminhou um relatório para o Ministério Público de Pernambuco pedindo a destituição do poder familiar, ou seja, um pedido para tirar a guarda dos pais.

“Eles têm mais dois filhos mais novos, um de 2 e outra de 3 anos. A de 3 anos estava com lêndea na cabeça, mas já está sendo tratada”, contou o conselheiro. Ao ser liberada pelo hospital, a menina ficará com a tia ou a avó materna até que a Justiça decida seu destino.

Por telefone, a assessoria de imprensa do Hospital Maria Lucinda informou que a criança está bem e em observação. Entretanto, respeitando o Estatuto da Criança e do Adolescente, a equipe médica não pode divulgar mais detalhes do seu estado de saúde e procedimentos.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Polícia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente de Paulista, no Grande Recife, que é responsável também pela área de Olinda.

 

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