Alunos brancos fraudam sistema de cotas e são expulsos de Universidade
UFPel em Pelotas (RS) foi investigada pelo MPF
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UFPel em Pelotas (RS) foi investigada pelo MPF
Uma reportagem do site Ponte Jornalismo expõe um esquema de corrupção no sistema de cotas da UFPel (Universidade Federal de Pelotas) em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Estudantes brancos fraudaram o sistema de cotas para negros e indígenas para entrar no curso de medicina e foram expulsos da instituição. “A decisão foi confirmada na sexta-feira (30/12). A reitoria decidiu cancelar as matrículas e desligar, ao todo, 24 pessoas”, explica o portal. A Universidade até divulgou uma nota, em que afirma que a decisão aconteceu “em função do não reconhecimento da condição de cotistas”.
“Os estudantes que fraudaram o sistema, que tiveram seus recursos negados, já foram comunicados do desligamento. A faculdade de medicina também já foi notificada das expulsões. Para preencher as vagas, a reitoria da Universidade decidiu que abrirá um edital no começo de 2017 para a transferência de cotistas do segundo ao sétimo semestres (períodos em que estavam os estudantes que perderam as vagas)”, explica o site.
O Setorial de Negros e Negras da UF levou a frente denúncias que culminaram em investigação do MPF (Ministério Público Federal). As avaliações seguiram orientações da Procuradoria, que destacaram os critérios fenotípicos (características físicas observáveis).
Um estudante negro da Universidade, ao comentar a decisão, defende que a investigação deve abranger outros cursos. Conforme noticiou o site, a professora Georgina Helena, chefe do núcleo de ações afirmativas e diversidade, encara a resolução como uma prova de que “a UFPel avança no processo de democratização da universidade em termos de diversidade”.
“Não se trata de ‘vagas’. Trata-se de um projeto de universidade e sociedade que coíba a hegemonia daqueles que insistem na manutenção de privilégios individuais”.
Para ela, ao denunciarem a fraude, os cotistas se colocam como sujeitos de controle e cobrança para que “a justiça se reestabeleça frente a estes ‘abalos’ aos direitos adquiridos”. “Ela afirma que a UFPel foi minuciosa, rigorosa e respeitosa no trato com os dados levados pelos denunciantes e denunciados”, concluiu o Ponte Jornalismo.
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