Polícia acredita que reitor tenha cometido suicídio

O reitor Luiz Carlos Cancellier, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), foi encontrado morto na manhã desta segunda-feira (2) no Beiramar Shopping, em Florianópolis. A polícia acredita que ele tenha cometido suicídio.

Cancellier, de 59 anos, estava afastado da instituição por determinação judicial. Ele e outras seis pessoas foram presas no dia 14 de setembro e liberadas no dia seguinte. O grupo é investigado na Operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal, que apura desvio de recursos em cursos de Educação a Distância oferecidos pelo programa Universidade Aberta no Brasil na UFSC.

Em nota, a assessoria do shopping disse que por volta das 10h30 um homem cometeu suicídio, caindo no vão central. Ele se jogou da escada do piso L4. A Polícia Militar e o Instituto Médico Legal (IML) confirmaram a identidade da vítima.

A Polícia Civil esteve no shopping nesta manhã com os delegados Ênio Matos e três delegados recém-formados, que auxiliarão no caso. Eles coletavam informações com funcionários do shopping. A investigação ficará a cargo da 1ª Delegacia de Polícia da Capital.

Conforme a chefia de gabinete da UFSC, dois pró-reitores se deslocavam na manhã desta segunda-feira para o IML. Em nota, a universidade afirmou que “pró-reitorias e secretarias da Administração Central paralisaram as atividades a partir das 11h, em função do trágico acontecimento”.

Estiveram no shopping nesta manhã familiares e amigos do reitor. Entre eles, a secretaria de Justiça e Cidadania, Ada de Luca, e o ex-ministro do Trabalho, Manoel Dias.

Investigação

Cancellier era suspeito de tentar interferir nas investigações internas feitas pelo corregedor-geral, Rodolfo Hickel do Prado. O corregedor diz ter sido ameaçado pelo reitor, ter o salário reduzido e ser pressionado a fornecer dados da investigação.

Também houve as denúncias de uma professora e uma coordenadora do EaD (Educação a Distância) a respeito de tentativas de “abafar” as investigações.

O reitor chegou a declarar que afastamento do cargo após operação da PF “é um exílio” e que prisão “foi traumática”. Segundo Cancellier, não houve nenhuma “atitude que leve a obstrução de qualquer denúncia que tenha sido feita com relação à universidade”.