A nudez não era requisito para participar

“O nu do ato significa como o ciclista se sente na cidade. Todo mundo que está no carro está coberto de metal e o ciclista só tem o corpo. Também estamos nus diante do poder público”, disse um cicloativista participante, que preferiu não se identificar.

A dentista Paty Sampaio está há um mês usando apenas bicicleta e ônibus como transporte público. Leva as crianças à escola, vai ao trabalho, vai buscar as crianças, volta para casa – tudo com a bicicleta. “É importante destacar a importância da bicicleta. Eu tenho depressão crônica, mas depois que comecei a incorporar esse transporte na minha rotina, a liberação de hormônios tem diminuído a necessidade de medicamentos”, comemorou. Paty reforça que os ciclistas não se sentem seguros. “Falta infraestrutura cicloviária e a lei não está sendo sabida pela população e nem cobrada pelo poder público. Os policiais de trânsito não ligam, se a gente ficar uma denúncia não dá em nada…”, acusou. 

A nudez não era requisito para participar do evento – o LeiaJá não flagrou participantes completamente nus. Apesar disso, a própria página do evento destacava o simbolismo da nudez. “Seria de bom tom que, nesta ‘festa’, vocês comparecessem com o traje recomendado: a ausência dele! Entretanto, caso não se sintam à vontade, roupas de banho serão aceitas. Atentado ao pudor é um corpo estirado no chão.”, dizia a descrição da Pedalada Pelada no Facebook. 

Recife, além de Blumenau-SC, Salvador-BA, e Fortaleza-CE, confirmaram a realização da Pedalada Pelada pela primeira vez.  Em Porto Alegre-RS, os ativistas pedalam nus pela quarta vez, em Florianópolis-SC pela quinta e no Rio de Janeiro-RJ pela segunda. Em São Paulo, a manifestação chega ao seu nono ano.