Próximos leilões para contratação de energia serão mais racionais, diz ministro

Para o ministro, os leilões são a melhor modalidade 

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Para o ministro, os leilões são a melhor modalidade 

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse hoje (07) que os próximos leilões para contratação de energia serão mais “racionais”, considerando a necessidade dos estados e a infraestrutura de transmissão. A afirmação foi feita durante reunião com executivos do Banco do Nordeste e parlamentares cearenses na sede do banco, em Fortaleza.

Para o ministro, os leilões são a melhor modalidade para a criação de novos empreendimentos de geração de energia. No entanto, afirmou que muitas vezes as propostas contratadas não levam em consideração as diferentes demandas dos estados.

“A política de contratação atual, via leilão, é certa, mas você coloca as fontes para disputar e, muitas vezes, não passa para o consumidor final a realidade do custo que se está contratando. Se preciso de energia em São Paulo, e aí um parque eólico ganha no Ceará, longe do centro de carga [região Sudeste], é evidente que a energia eólica ganhou a um preço competitivo, mas qual o custo para transportar essa energia do Ceará para São Paulo? Se eu tivesse computado esse custo, poderíamos ter gerado essa energia mais perto do centro de carga e outras fontes poderiam ter tido competitividade suficiente.”

Coelho Filho também citou o gargalo da transmissão de energia, que acaba encarecendo ainda mais a energia que chega na casa dos consumidores. “Muitas vezes, esse custo fica mascarado para o consumidor final, que é quem sempre é chamado para pagar com a conta. Temos, no Ceará, por exemplo, parques eólicos que estão em geração, recebendo pela energia gerada, mas essa energia não está sendo utilizada, porque a transmissão não chegou a tempo. E aí o preço fica maior, porque pagamos a energia que não estamos usando e temos que comprar outra para colocar no local da que está paga, mas não está sendo usada.”

Ele disse que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), responsável por habilitar os projetos de geração de energia, está formatando os próximos leilões de contratação de energia dentro de um molde que leve em conta a correção desses problemas e que incentive fontes diferentes.

O ministro esteve em Fortaleza para conhecer o FNE SOL, linha de financiamento do Banco do Nordeste para mini e microgeração de energia por meio de fontes alternativas (eólica, solar e biomassa). Desde que foi lançado, no fim de maio, a linha de crédito já foi concedida a 11 agentes produtivos, somando R$ 3 milhões. Outras 34 propostas, no valor total de cerca de R$ 30 milhões, estão em análise.

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