Manifestantes invadem e depredam prédio da Fiesp, na Paulista
Prédio estava fechado
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Prédio estava fechado
Um grupo de manifestantes invadiu, na noite desta terça-feira (13), o prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na avenida Paulista, área central da capital paulista.
Eles lançaram rojões e fogos de artifício na entrada do edifício e também promoveram quebra-quebra. O acesso ao prédio estava fechado quando ocorreu a invasão. Ninguém foi detido até o momento, segundo a Polícia Militar.
Os manifestantes protestam contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do Teto dos Gastos, que foi aprovada hoje, em segunda votação, no Senado, e deve ser promulgada na próxima quinta-feira (15).
Mais cedo, os participantes do ato se concentraram nas proximidades da praça do Ciclista e depois seguiram em caminhada pela avenida Paulista, no sentido subúrbio, bloqueando o trânsito. Por volta das 22h, a PM usou bombas de efeito moral para dispersar os poucos participantes que ainda ocupavam a via.
Em nota, a Fiesp afirmou que o prédio foi alvo de “um ataque criminoso e violento”, que colocou em risco “funcionários da Fiesp, do Sesi e do Senai que saíam do local”.
“A Fiesp lamenta profundamente o episódio. E lamenta ainda mais que uma minoria violenta ainda acredite que a depredação seja uma maneira razoável de manifestar posições políticas ou ideológicas”, diz o comunicado.
Pela manhã, outro ato foi realizado na avenida Paulista. Os participantes se concentraram na praça do Ciclista e seguiram em caminhada até o viaduto do Chá, também no centro da capital.
Atos pelo Brasil
Protestos contra a PEC que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos foram realizados em outras partes do país ao longo de todo o dia. Em Brasília, a Esplanada dos Ministérios foi bloqueada logo cedo. Cerca de 2.000 pessoas participaram de um ato, segundo estimativa da Polícia Militar.
Por volta das 17h, houve confronto entre a PM e manifestantes, que incendiaram um ônibus. De acordo com a PM, 15 pessoas foram detidas e seis policiais ficaram feridos.No Recife, houve protestos pela manhã e à noite. Os manifestantes atearam fogo em pneus e em lixo e bloquearam vias na área central da cidade.
Em Porto Alegre, estudantes da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) interromperam o trânsito em importantes avenidas, como a Bento Gonçalves e a João Pessoa.
No Rio de Janeiro, manifestantes protestaram no fim da tarde na avenida Rio Branco, uma das principais vias do centro da cidade, contra a PEC, contra a proposta do governo Temer de reforma da Previdência e contra os cortes propostos pelo governador do Rio, Luiz Fernando Pezão.
Em Cuiabá, universitários ocuparam a reitoria da UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso) em protesto contra a PEC.Em Fortaleza, cerca de 200 estudantes da Universidade Federal do Ceará bloquearam o cruzamento das avenidas da Universidade e 13 de Maio.
Em Congonhas (MG), estudantes da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), do IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais), além de trabalhadores e sindicatos da região interromperam o trânsito na rodovia BR-040 durante ato.
PEC do Teto
Apontada pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB) como sua principal medida no campo econômico, a PEC do Teto dos Gastos Públicos foi aprovada em sua última votação no Senado nesta terça-feira.
A proposta foi aprovada por 53 votos a favor e 16 contrários na segunda votação, que contou com 70 senadores –o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não votou. O governo conseguiu apenas quatro votos além dos 49 necessários para aprovar uma mudança na Constituição.
A PEC limita o crescimento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos ao percentual da inflação nos 12 meses anteriores. Na prática, a medida congela os gastos do governo, já que a reposição da inflação apenas mantém o mesmo poder de compra do Orçamento, ou seja, o governo continua podendo comprar a mesma quantidade de produtos e serviços.
O principal objetivo da proposta é conter o avanço da dívida pública por meio do controle nos gastos públicos. A ideia é que ao arrecadar, com impostos, mais do que gasta, o governo consiga reduzir o total da dívida.
A PEC tem sido duramente criticada por políticos da oposição e por setores da sociedade. Pesquisa Datafolha, divulgada nesta terça-feira, apontou que a maioria dos brasileiros é contra a emenda, que foi rejeitada por 60% dos entrevistados.
Uma das principais críticas à medida é a mudança nas regras dos gastos com saúde e educação. Hoje, essas áreas recebem um percentual mínimo calculado com base nas receitas do governo. Ou seja, se a economia cresce, aumentam os investimentos nas duas áreas.
A proposta do governo Temer, no entanto, fixa um novo piso para os dois setores, que passam a ser reajustados ao menos de acordo com a variação da inflação. Ou seja, os investimentos em saúde e educação ficariam congelados, mas não poderiam ser reduzidos.
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