Max Rogério Alves é o terceiro dos envolvidos na morte a passar em concurso

Max Rogério Alves, coautor do homicídio do líder indígena pataxó Galdino Jesus dos Santos em 1997, foi aprovado em um concurso público para o TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios).

Alves havia sido condenado por homicídio triplamente qualificado, após matar Galdino queimando seu corpo. Ele teve direito a fazer faculdade, mesmo sentenciado por crime hediondo, caso raro no Brasil.

O jovem disse, em entrevista ao jornal O Globo, que acredita que a condenação não o impede de tomar posse. Ele tem formação em Direito, pré-requisito para a vaga de analista judiciário. “Não há restrição, eu sou um reabilitado”, afirma confiante de que não terá grandes problemas para ocupar o cargo.

Impunidade

Dos cinco bandidos que assassinaram Galdino com requintes de crueldade, todos jovens de classe média alta, dois conseguiram passar em concursos públicos, além de Max Rogério Alves. Um deles assumiu um cargo no Detran; o outro, atualmente, briga na Justiça para assumir vaga de agente efetivo da Polícia Civil do DF.

Apesar da lei da época não dar direito a benefícios como progressão de pena, todos os implicados, de famílias influentes, tiveram o direito a trabalhar e estudar durante o dia, fora da prisão.

Em 2003, foram divulgadas na imprensa imagens onde os bandidos dirigiam seus próprios carros, bebiam em um bar e namoravam, antes de voltar à prisão onde podiam entrar sem ser revistados. A denúncia fez com que perdessem as regalias.