Conjunto da Pampulha se torna Patrimônio Mundial da Unesco

Obra foi projetada por Oscar Niemeyer

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Obra foi projetada por Oscar Niemeyer

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) inscreveu neste domingo o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, projetado pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer na cidade de Belo Horizonte, no Patrimônio Mundial, como parte de sua reunião anual em Istambul.

Este conjunto urbanístico, caracterizado por suas linhas curvas e destinado a ser um espaço de lazer e turismo, foi construído no início dos anos 1940 à beira do lago artificial da Pampulha e é uma referência da arquitetura moderna brasileira.

O Complexo da Pampulha inclui a Igreja de São Francisco de Assis, o Cassino, atualmente Museu de Arte da Pampulha, a Casa do Baile, transformado em Centro de Referência de Urbanismo, e o Iate Tênis Club.

Trata-se da primeira grande realização de Niemeyer (1907-2012) e uma de suas favoritas. Foi com este projeto que o grande arquiteto começou a imaginar o que viria a ser Brasília, a capital construída a partir do zero e fundada em 1960.

Este complexo, “símbolo de uma arquitetura moderna, distante da rigidez do construtivismo e adaptado de maneira orgânica às tradições locais e às condições ambientais brasileiras”, é o 20º patrimônio do Brasil tombado pela Unesco, ressaltaram os ministérios brasileiros das Relações Exteriores e da Cultura em um comunicado conjunto.

“Esta abordagem pioneira, fruto de uma colaboração entre Oscar Niemeyer, (o arquiteto e paisagista) Roberto Burle Marx e (o pintor) Candido Portinari, entre outros grandes artistas, criou uma nova linguagem arquitetônica fluida e integrada com as artes visuais, design e paisagem”, acrescentaram.

“Nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein”, dizia o arquiteto, lembrado pelo site de notícias G1.

Antes do Complexo da Pampulha, a Unesco inscreveu no Patrimônio Mundial dezessete realizações do arquiteto franco-suíço Le Corbusier, outro integrante do movimento modernista que surgiu depois da I Guerra Mundial.

A candidatura apresentada pela França inclui 17 sítios de sete países (França, Suíça, Bélgica, Alemanha, Argentina, Japão, Índia) para demonstrar a dimensão planetária da obra de Charles-Edouard Jeanneret-Gris, conhecido como Le Corbusier (1887-1965).

Figurar na lista, que hoje inclui 1.031 sítios em 163 países, pode ajudar a facilitar a liberação de ajudas financeiras para a preservação e estimular o turismo.

A 40ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco em Istambul, suspensa no sábado por causa da tentativa de golpe militar, foi retomada neste domingo de manhã. Originalmente programada para durar até 20 de julho, ela deve finalmente ser encerrada ainda neste domingo.

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