Senador pede investigação sobre Mais Médicos após denúncia de farsa no programa

Caiado, que também é médico, afirma que o programa é um disfarce 

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Caiado, que também é médico, afirma que o programa é um disfarce 

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) pediu, nesta quinta-feira (19), que se investigue o programa Mais Médicos depois de uma reportagem do Jornal da Band, no dia 17 de março, mostrar uma reunião em que a Organização Pan-americana de Saúde (Opas) e representantes do Ministério da Saúde supostamente combinam a vinda ao Brasil, junto aos médicos, de 50 espiões da ditadura cubana.

Caiado, que também é médico, afirma que o programa é um disfarce para apoiar a ditadura cubana e mandar dinheiro ao país. O senador apontou reportagem da Folha de São Paulo mostrando que o número de médicos no interior do país caiu após o início do Mais Médicos.

Segundo o senador, durante a reunião mostrada pelo Jornal da Band da TV Bandeirantes, a representante da Opas e os representantes do Ministério da Saúde resolvem incluir países do Mercosul e da Unasul no documento “para fingir que o contrato não é apenas com Cuba”. Além disso, a Opas propõe ao governo que, dos 9 mil médicos enviados ao Brasil, sejam incluídos 50 espiões cubanos para tutelar esses médicos.

— O governo brasileiro e a Opas acertaram que 50 espiões da ditadura cubana, que vieram junto com os 9 mil médicos, fossem identificados e credenciados como médicos para entrar no Brasil — afirmou o senador.

Segundo Caiado, na reunião também foi discutido valor do salário dos médicos, em que um representante do governo sugere o pagamento de 60% para Cuba de 40% para os médicos. No entanto, a representante da Opas o interrompe e diz que é um assunto do governo cubano.

— Ou seja, o governo cubano recebe 90% do salário dos médicos e os médicos, no Brasil, recebem 10% do salário. Mas não é o senador Caiado que fala, é o Tribunal de Contas da União. Os médicos cubanos receberam em torno de 117 milhões, enquanto o governo cubano já havia recebido R$ 1,2 bilhão antes da campanha eleitoral — afirmou.

Caiado pediu investigação para saber se parte desse dinheiro também não retornou ao Brasil como aconteceu com o escândalo da Petrobras.

Em aparte, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) falou que a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou, nesta quinta-feira (19), requerimento para convidar o ministro da Saúde e outros convidados para esclarecer esse episódio do Mais Médicos.

O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) também disse que o objetivo do programa Mais Médicos era transferir recursos para Cuba além dos que foram transferidos para obras, como a construção do porto de Mariel.

Conteúdos relacionados