Queda de monomotor que matou dois é investigada
Dois passageiros ficaram feridos e estão internados; dois morreram
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Dois passageiros ficaram feridos e estão internados; dois morreram
As razões da queda do avião monomotor que matou comandante João Henrique Baeta e da namorada Maysa Santos estão sendo apuradas. De acordo com o agente da Polícia Civil Heráclito Faria Braga, que atendia a ocorrência no local sábado à noite, o Centro de Investigação de Acidentes Aeronáutico (Cenip) prometeu à Polícia chegar na mesma noite para iniciar a apuração das causas do acidente. O avião caiu em área residencial de Luziânia, logo após decolar do aeroclube da cidade.
Na noite deste sábado (10/1), a rua estava às escuras porque diversos fios estavam pelo chão, enquanto as pessoas temiam levar choques. As polícias militar, civil e os bombeiros isolaram a área, mas muitos curiosos ainda estavam próximos ao local do acidente. O horário da queda ainda não é totalmente conhecido, mas provavelmente aconteceu pouco antes das 19h de sábado. Segundo o tenente Lins, do Corpo de Bombeiros, que fez o atendimento no local, a corporação foi acionada às 19h03. Os bombeiros chegaram às 19h10.
O pai de João Henrique, o médico Eduardo Henrique Baeta, chegou ao Instituto Médico Legal de Luziânia (IML) acompanhado de uma mulher e um homem. Ele conversou com o médico legista e reconheceu os corpos do filho e da namorada Maysa Soares. Reservadamente, o médico informou ao Correio que as equipes trabalhariam a noite inteira, com o objetivo de, primeiramente, ver se é possível descartar falha humana. Ele disse que é preciso checar por exemplo se o piloto teve um infarto ou acidente vascular-cerebral, por exemplo. O médico observou apenas escoriações. A reportagem presenciou e viu que o corpo não foi carbonizado e estava íntegro.
O médico Eduardo Baeta não quis conversar com a reportagem. “É um momento muito difícil. Ainda vamos buscar informações”, resumiu ele.
O corpo de João Henrique Baeta foi liberado às 2h45, segundo informações obtidas pelo Correio. Amigos e familiares que tiveram acesso ao laudo informaram que a queda foi a causa da morte do piloto. Isso descartou, ao menos preliminarmente, infarto ou acidente vascular cerebral durante o voo. O corpo está à disposição da família para ser velado e sepultado desde então.
Amostras do cadáver foram remetidas à Polícia Civil em Goiânia para que sejam feitos três exames laboratoriais. Um de alcolemia, para detectar eventual presença de álcool. Um toxicológico, para apurar eventual consumo de medicamentos e outras drogas. E um anatopatológico para averigual possível infarto ou necrosia. Esse último exame foi pedido apenas por precaução porque, segundo pessoas que tiveram acesso à investigação, é baixa a possibilidade de esse tipo de incidente ter ocorrido em voo. Como a causa da morte foi a queda, passa-se a avaliar que a causa do acidente foi uma falha humana ou mecânica, e não uma fatalidade durante o voo.
Testemunhas
O estudante de direito Gustavo Ribeiro, 26 anos, estava na Rua Padre Rosa no momento do acidente, no quarteirão ao lado, em frente a uma igreja evangélica conversando com os amigos. Ele presenciou o acidente e disse que, na queda, João Henrique ainda estava vivo se mexendo. “A gente ia socorrer, mas o povo gritava: ‘Vai explodir! Vai explodir!’. Aí, a gente recuou”, contou ele ao Correio.
O amigo de Gustavo Ribeiro, Jeremeias Gregório, de 50 anos, estava no local no momento também. Os dois contam que o avião veio na direção oposta à esquina da casa – a casa fica numa esquina. Antes de cair, bateu em uma antena parabólica de outra residência, que até ontem à noite estava. De acordo com Ribeiro, Gregório e uma amiga deles identificada apenas como Isadora (e que mora no sobrado em frente ao acidente), o avião arrebentou os fios de iluminação da rua antes de cair.
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