Investigação interna da detectou fraudes que superam R$10 milhões

Uma organização criminosa operava de dentro da cúpula da Polícia Militar paulista. É o que revela uma investigação interna da própria corporação. Foram fraudadas, entre 2009 e 2010, centenas de licitações do Comando-Geral da Polícia Militar de São Paulo. Itens como papel higiênico, peças de veículos e programas para computador acabaram adquiridos com sobrepreço e, em alguns casos, sequer foram entregues pelos fornecedores. As informações são da edição desta quinta-feira (18) do jornal Folha de S.Paulo. O prejuízo causado pelas fraudes supera os R$ 10 milhões.

As investigações começaram após uma denúncia anônima. Entre fevereiro de 2012 e agosto de 2014, a corregedoria da PM analisou uma série de contratos. Detectou irregularidades em 458 licitações.  Casos que variam de compras em volumes injustificados, como 9.700 quilos de açúcar em três meses para abastecer a cúpula da PM, até peças de reposição de veículos compradas e nunca entregues.

O tenente-coronel Adriano Filho, na reserva desde 2012, é o principal suspeito de comandar as fraudes. Durante a apuração interna, ele chegou a assumir parte das irregularidades, mas disse que seus superiores ou ordenaram ou tinham conhecimento. O oficial ainda alegou que o desviado era usado para saldar gastos da corporação. Afirmou também não ter se beneficiado pessoalmente.