Para ministro das Comunicações, maioria do PDT votará pela manutenção dos vetos

Figueiredo atuava na Câmara como líder do PDT

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Figueiredo atuava na Câmara como líder do PDT

O novo ministro das Comunicações, André Figueiredo (PDT-CE), disse que o seu partido vai liberar a bancada quanto à votação dos vetos presidenciais que serão analisados nesta terça-feira (6) pelo Congresso Nacional, mas acredita que “boa parte” do PDT deve votar pela manutenção dos vetos. De acordo com ele, a presença do PDT no governo, com a nova configuração ministerial, não representa uma mudança dos princípios do partido.

Após ser empossado pela presidenta Dilma Rousseff para o cargo, André Figueiredo disse que terá a função de interlocutor do partido com o Palácio do Planalto para evitar posições divergentes no Congresso. “Ela [Dilma] sabe que em alguns pontos o PDT não vai abrir mão de votar contra o governo, no que atentar contra os nossos princípios, mas minha tarefa aqui também vai ser, antes de se mandar qualquer tipo de projeto para o Congresso Nacional, que a gente possa dialogar e dar a nossa sugestão”.

Figueiredo disse que as críticas do partido à política econômica do governo mudam em forma e não em conteúdo e que o PDT vai defender para que os trabalhadores não sejam “mais penalizados com aumento de tributos”. Segundo o novo ministro, a discussão sobre a nova CPMF ainda é “embrionária” e conseguir apoio a ela neste momento “é bem complicado”.

“Eu não posso agora gerar nenhuma forma de constrangimento em relação à politica econômica dentro de uma reunião ministerial, mas certamente continuaremos com as mesmas críticas e os mesmos posicionamentos. Nossa ideia é buscar e propor alternativas dentro do governo que possam taxar segmentos que estão lucrando com a crise, principalmente o setor financeiro”, disse.

Base aliada

Antes de assumir o ministério, Figueiredo atuava na Câmara como líder do PDT, cuja bancada adotava posições de independência em relação ao governo. Antes da nova composição ministerial, o partido tinha a indicação do Ministério do Trabalho e Emprego, que era ocupado por Manoel Dias.

Na semana passada, após o anúncio do nome de Figueiredo, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou a participação do partido na reforma ministerial e classificou o ato de “negociata”.

Para o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), a reforma administrativa não teve o intuito de manter os vetos presidenciais. Na opinião dele, as mudanças não se tratam de cargos e sim da composição de uma “nova governabilidade” que objetiva cortar gastos, recompor os partidos da base e indicar os “melhores quadros” para retomar o crescimento.

“A reforma não foi para resolver o problema dos vetos, porque [na sessão anterior] nós já tínhamos mantido 26 vetos. Nossa expectativa é manter os vetos independentemente do desejo ou não do governo. Nós temos que ter responsabilidade com o país e é por isso que eu estou seguro que os vetos serão mantidos nesta terça-feira”, disse. 

Quanto à votação de amanhão dos vetos presidenciais, André Figueiredo não quis entrar em detalhes quanto ao mérito do projeto que reajusta o salário dos servidores do Judiciário, mas admitiu que alguns pedetistas poderão votar contra o governo. “A questão é do compromisso de vários dos parlamentares com os servidores do Judiciário. Quanto a esse [veto], talvez alguns parlamentares votem pela derrubada”, disse.

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