Sobre a ajuda recebida por parte da escola, ele negou ter sido os R$ 10 milhões divulgados

Mesmo com 40 anos de Carnaval, sempre pela Beija-Flor, o intérprete da escola, Neguinho da Beija-Flor, ficou enrolado para explicar a polêmica do patrocínio feito pelo ditador da Guiné Equatorial à escola campeã do Carnaval 2015. “Enredo é enredo, é isso aí, abordamos a beleza do país. Agora a questão do rei, dos comandantes é à parte”, disse o cantor na Marques de Sapucaí, antes de ir para a quadra da escola. Teodore Obiang é ditador da Guiné Equatorial desde 1979.

Neguinho disse ainda que é sempre bom exaltar a África negra e que acha até que, apesar da ditadura, a Guiné Equatorial é um ótimo país. “Sei que é um país próspero, com seu petróleo”, disse Neguinho, ignorando que é um dos países com piores índices de desenvolvimento da África e um dos mais cruéis no que se refere à liberdade de expressão. Ele não descartou sequer ir até o continente para fazer show. “Ainda não recebi convite, mas é muito feliz para um negro brasileiro ver a África que passa tanta fome, crescendo.”

Sobre a ajuda recebida por parte da escola, ele negou ter sido os R$ 10 milhões divulgados. “Quem nos dera se fosse tanto dinheiro”. Para o cantor o título é merecido depois do sétimo lugar do ano. “Estava entalado, mas agora foi digerido pela comunidade”, afirmou. Ele espera que a escola siga apostando em enredos vitoriosos falando da África e exaltando a qualidade e a importância do negro na história do Brasil.