Justiça suspende eleição de vice na CBF por irregularidades

O pleito está marcado para 16 de dezembro

A Justiça do Rio suspendeu no início da noite desta sexta-feira (11) a eleição para escolha do vice-presidente da CBF, em substituição a José Maria Marin, preso nos EUA. O juiz Mario Cunha Olinto Filho, da 2ª Vara Civel, concordou com os argumentos do autor da ação, outro vice da CBF,  Delfim Peixoto. O pleito está marcado para 16 de dezembro, quarta-feira. No despacho, o juiz considerou uma série de irregularidades para a realização do evento.

“Há uma convocação pelo presidente em exercício da ré (Marcus Vicente), para suprir um dos cargos de vice-presidente, sem que haja sequer a indicação de qual dos cinco cargos estaria vago. Presumindo-se que seja o de José Maria Marin, preso no exterior, haveria erro quanto a isso, já que, em que pese a sua situação particular, não há indicativo de renúncia nem notícia de sua destituição, mediante o rito que prevê o artigo 22, do Estatuto Social, não havendo tecnicamente vacância (artigo 37, do Estatuto)”, ele registra.

“Foi feita às pressas por conta do pedido de licença de Del Nero no dia anterior, não sendo clara a observância dos artigos 32 e 40, IX, do Estatuto, que determinam que ´aos membros da Presidência, sem prejuízo de supervisão, coordenação, direção e fiscalização do Presidente, compete…conceder licença aos seus membros e aos integrantes dos demais poderes e órgãos de cooperação´. Como o Presidente não pode deliberar sobre a sua própria condição pessoal, sendo que Marin se encontra preso com impossibilidade óbvia de participação, caberia aos outros três Vice-Presidentes conceder – ou não – a licença.”

A eleição faz parte de uma manobra de Del Nero para manter seu grupo no poder. Ele escolheu o presidente da federação paraense, coronel Nunes, para a vaga de Marin por ser o militar aposentado mais velho que Delfim Peixoto – 77 contra 74 anos. Pelo estatuto da CBF,  em caso de renúncia ou impedimento do presidente, ocupa o cargo o vice mais idoso da entidade.