França ajudará o Brasil durante os jogos

O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, ofereceu neste domingo a colaboração da França para prevenir possíveis atentados terroristas nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

“Conversamos sobre o que estamos fazendo (para prevenir atentados terroristas na Cúpula do Clima) em Paris e coloquei nossos serviços de inteligência à disposição para trocar informações e reduzir ao máximo os riscos (de atentados no Rio de Janeiro)”, garantiu em entrevista coletiva concedida sobre o encontro que teve com a presidente Dilma Rousseff.

O chanceler admitiu que o assunto de possíveis atentados terroristas nos Jogos de 2016 após os ocorridos há uma semana em Paris, que deixaram 130 mortos, foi abordado tanto na reunião com Dilma como na que teve com o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira.

“Concordamos que o que ocorreu em Paris infelizmente pode acontecer em qualquer lugar porque os terroristas estão organizados em nível internacional, e a resposta também precisa ser em nível internacional”, afirmou.

Fabius acrescentou que o Brasil precisa discutir os temas de segurança, já que está a poucos meses de organizar um evento tão importante e que reúne tantas pessoas.

“Temos que nos preocupar de forma séria com o que pode ocorrer e acho que o necessário será feito. Mas vamos compartilhar todas as informações que temos sobre grupos terroristas para ajudar ao Brasil”, declarou.

O chanceler brasileiro garantiu que o Brasil aceitará toda a colaboração que puder receber para combater o terrorismo e destacou a necessidade de trocar informações e experiências.

“Essa troca é muito bem-vinda para o Brasil porque a França já tem ampla experiência como organizador de Jogos Olímpicos e Copas do Mundo de futebol. A colaboração é bem-vinda e o Brasil escutará todos os comentários que possam ser feitos”, confirmou Vieira na mesma entrevista coletiva.

O do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, comentou na sexta-feira que as autoridades brasileiras sempre estiveram preocupadas com possíveis atentados terroristas durante os Jogos Olímpicos, especialmente após os atentados de Paris, mas disse confiar nas medidas adotadas pelo governo.

“É óbvio que qualquer evento no mundo, até os Jogos no Rio, correm esse risco, mas acho que o governo já provou (sua capacidade) na de 2014 e mostrar que sabe lidar com o assunto nos Jogos Olímpicos”, disse Paes.

Fabius acrescentou que, após a decisão de manter a Cúpula do Clima que começará no fim deste mês em Paris e que reunirá 140 chefes de Estado, a França começou a implementar novas medidas para garantir a segurança.

“Quando decidimos com a ONU manter a conferência, nos comprometemos a garantir a segurança. Vamos fazer isso com um número considerável de forças, tanto civis como militares”, explicou.

Segundo o ministro francês, apesar de não ter sido previsto nenhum estado de sítio em particular para a Cúpula do Clima, o que foi declarado após os atentados de Paris ajudará a elevar o controle e a reforçar as fronteiras.

Apesar da intenção das autoridades francesas de fazer a cúpula aberta para a sociedade, todas as delegações oficiais transitarão apenas por áreas protegidas. Fabius também informou que as ONGs compreenderam a decisão das autoridades francesas de proibir manifestações durante o evento.

“As manifestações seriam pacíficas, mas não temos como garantir a segurança de tantas pessoas. Os organizadores entenderam muito bem”, disse.