Empresas do PAC e Minha Casa, Minha Vida estão mais pessimistas, mostra FGV
Foram consultadas 667 empresas
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Foram consultadas 667 empresas
As empresas de construção civil que executam obras dos programas de Aceleração do Crescimento (PAC) e Minha Casa, Minha Vida estão mais pessimistas em junho na comparação com dezembro do ano passado. É o que revela uma edição especial, divulgada hoje (10), da Sondagem da Construção da Fundação Getulio Vargas (FGV), feita com empresas que atuam nos programas federais.
Foram consultadas 667 empresas. Entre as construtoras pesquisadas, 32,5% disseram executar obras do PAC. Destas, 51,7% preveem que o volume de obras diminuirá nos próximos 12 meses. Em dezembro, o percentual era 28,1%. As empresas que apostam em aumento do volume de obras representam 11,1%, uma queda em relação aos 17,2% verificados em dezembro do ano passado. Outros 37,2%, acreditam em estabilidade. Na apuração anterior, 54,8% disseram que a execução se manteria estável.
Em relação ao Minha Casa, Minha Vida, 24,9% das 667 empresas consultadas disseram fazer obras do programa habitacional. Mais da metade delas (57%) apostam em uma diminuição do volume de obras para os próximos 12 meses. Em dezembro, os pessimistas representavam 20,7%. O percentual dos que acreditam em crescimento caiu de 24,5% em dezembro para 7,2% nesta apuração. Os que estimam um ambiente de estabilidade representam 35,8%. Em dezembro, o percentual era 54,8%.
As empresas também disseram haver atraso no pagamento dos serviços prestados. Entre as que fazem obras do PAC, 65,2% informaram que as medições físicas dos serviços executados para permitir os desembolsos mensais de financiamento para a construção não estão sendo feitos no prazo. No Minha Casa, Minha Vida, a demora é de pelo menos 60 dias para 55,7% das construtoras.
Os indicadores da pesquisa revelam também que o descontentamento com o ambiente de negócios entre as empresas que executam serviços para o governo federal já se aproxima da percepção do setor como um todo. O Índice de Confiança da Construção (ICST) terminou o semestre 23,5 pontos percentuais abaixo do nível verificado em dezembro. O índice apenas para as empresas do PAC recuou 24,7 pontos percentuais e, no Minha Casa, Minha Vida, 25,1 pontos percentuais.
O quadro é diferente de dezembro, quando as participantes dos programas federais apresentaram ICST ligeiramente superior ao das demais. Para Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos de Construção da FGV, o cenário reflete as medidas de ajuste fiscal e cortes de gastos do governo. Ela diz que, agora, as dificuldades apontadas abrangem o setor como um todo, independentemente do vínculo com o governo. Entre os aspectos que influenciam o segmento negativamente, estão o desempenho geral da economia, o ambiente político e as dificuldades específicas do setor de atuação.
No quesito emprego, o indicador de ímpeto de contratação de mão de obra para os próximos três meses revela um saldo negativo de -27 pontos percentuais entre a proporção de empresas atuantes no PAC, que prevêem fazer admissões e desligamentos. Em dezembro, o saldo era -11,6 pontos percentuais. Os valores são próximos dos encontrados no setor como um todo: -12,2 pontos percentuais, em dezembro, e -25,5 pontos percentuais, em junho.
No Minha Casa Minha Vida, a diferença entre o saldo das empresas que prevêem aumento da mão de obra e dispensas foi menor. Em dezembro, o índice era -10,2 pontos percentuais e passou para -13,5 pontos percentuais em junho.
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