Cunha ironiza Lava-Jato: ‘Minha casa está aberta. Eu acordo seis horas’

Nos bastidores, aliados do presidente da Câmara consideraram ação da Polícia Federal ‘midiática’  

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Nos bastidores, aliados do presidente da Câmara consideraram ação da Polícia Federal ‘midiática’

 

Um dia após o cumprimento de mandados de busca e apreensão, pela Polícia Federal, na residência de senadores, deputados e ex-deputados, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reagiu com ironia nesta quarta-feira ao ser indagado se não temia ser o próximo alvo da ação deflagrada na última terça-feira. Cunha está sendo investigado na Operação Lava-Jato sob suspeita de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

– A porta da minha casa está aberta, podem ir a hora que quiserem. Eu acordo seis horas. De preferência que não cheguem antes de seis horas para não me acordarem – disse Cunha, completando em outro momento da entrevista:

– Não sei bem o que querem buscar lá, mas já falei: a porta está aberta, só não me acordem.

Nos bastidores, aliados de Cunha consideraram a ação da PF “midiática” e acreditam que haja uma ação articulada entre o procurador geral da República, Rodrigo Janot, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo para tirar o foco do Palácio do Planalto e desviá-lo para o Congresso Nacional. Na entrevista, o presidente Cunha não avaliza oficialmente essa versão.

– Não quero fazer um comentário dessa natureza. A ação foi proposta pelo MP e autorizada pelo Judiciário. então não foi motivada pelo governo. não dá para se acusar o governo disso. O espetáculo talvez você possa acusar, mas a ação não. É preciso deixar o tempo, as coisas aparecerem, conhecer as petições, as decisões e a partir daí fazer juízo de valor – disse Cunha.

FIM DO CASAMENTO

Em pé de guerra com o governo e o PT, partido da presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quarta-feira que a aliança entre as duas principais legendas governistas “já acabou” e disse que é “zero” a chance de PT e PMDB estarem juntos em uma aliança para 2018.

— O PMDB quer distância do PT. Não é distância da base, até porque muitas vezes o PT parece que não está na base. O PMDB está ainda na base de apoio ao governo, tem responsabilidade com a governabilidade. Mas a chance do PMDB se aliar ao PT em 2018, se não é zero, é de 0,0001 — disse Cunha, antes de iniciar a sessão de votação na Câmara.

O peemedebista comparou a relação entre os dois partidos com um relacionamento que chegou ao fim.

— A aliança com o PT já acabou, é um casamento com gente dormindo em casas separadas — afirmou.

Após um semestre de diversas derrotas impostas ao governo, Cunha sinalizou que a segunda metade do ano não será fácil para o governo de Dilma Rousseff, com a instalação de CPIs com potencial para desagradar o Planalto.

— Nenhuma CPI agrada o governo. Haverá novas, sem dúvida. No início de agosto, a fila vai andar. Certamente haverão pelo menos quatro novas CPIs em agosto. A do BNDES está na fila, como tem a da CBF, de Fundo de Pensão, de crimes cibernéticos. CPI é o que não falta — pontuou.

 

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