CPI da Petrobras aprova relatório que isenta políticos investigados

Operação Lava Jato, nem propõe indiciamento de parlamentares suspeitos

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Operação Lava Jato, nem propõe indiciamento de parlamentares suspeitos

Os oito meses de trabalho resultaram em um calhamaço de 754 páginas: muita papelada para pouca decisão. O relatório deixou de fora, por exemplo, nomes de políticos investigados na Operação da Lava Jato. Só pediu o indiciamento do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que está preso em Curitiba.

O relator se justificou. “Para seguir qualquer indiciamento, é necessário que exista indícios de autoria e materialidade dos delitos, já que é inaceitável a tese de indiciamento meramente político”, declarou o deputado Luiz Sérgio (PT/RJ).

Só foram pedidos os indiciamentos de funcionários e ex-dirigentes da Petrobras, mas de nenhum ex-presidente da estatal. “Não há nos depoimentos da Operação Lava Jato qualquer menção sobre envolvimento do ex-presidente Gabrielli e Graça Foster e ex-conselheira Dilma Rousseff. Não há qualquer evidência nesse sentido em relação a Lula e Dilma”, completou o relator.

O relatório final constatou que a Petrobras foi, sim, vítima de um cartel de fornecedores e que alguns maus funcionários foram cúmplices do esquema. O texto diz que existia um clube de empreiteiras que combinava a participação em concorrências para fechar contratos com a estatal.

O relatório foi aprovado de madrugada por 17 votos a nove, mas recebeu muitas críticas. “Acho que a não convocação das pessoas que foram denunciadas pelo MP compromete muito o trabalho da CPI”, afirmou o deputado Ivan Valente (PSOL/SP).

Partidos de oposição apresentaram relatórios paralelos pedindo o indiciamento de vários políticos, mas nenhum deles foi votado.

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