A urna eletrônica usada na votação é totalmente isolada

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) realizou nesta quinta-feira (14) a primeira votação secreta em painel eletrônico, com a aprovação das indicações de Paulo César de Oliveira Campos para embaixador do Brasil na França, e de Guilherme de Aguiar Patriota para representante do país na Organização dos Estados Americanos (OEA), com sede em Washington.

A votação foi realizada na sala da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que já dispõe do equipamento eletrônico, a ser instalado na CRE e nas demais comissões permanentes do Senado. Anteriormente, a votação era feita com cédula de papel depositada em urna. A sabatina de chefes de missão diplomática é aberta ao público, mas a votação é secreta, de acordo com as normas regimentais em vigor. O placar também não é divulgado. O aparelho registra somente o nome dos votantes e o resultado final.

A instalação dos painéis eletrônicos é parte de um processo de modernização do espaço físico das instalações do Senado. A captação dos recursos ocorreu por meio da venda da folha de pagamento dos servidores da Casa ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica.

A urna eletrônica usada na votação é totalmente isolada e não está conectada à rede do Senado, por motivo de segurança. O núcleo do software é o mesmo utilizado pela Câmara dos Deputados. A urna foi instalada em cabine indevassável, na qual os senadores utilizam código de autenticação digital e realizam a votação. A vantagem é que o resultado da apuração é imediato, explicou o titular da Coordenação do Sistema de Votações Eletrônicas do Senado, Sérgio Bonifácio.

Modernização

Durante a votação, o presidente da CRE, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), destacou o papel da Secretaria-Geral da Mesa no processo de modernização do Senado.

— Está aqui presente, entre nós, o secretário-geral da Mesa, Doutor [Luis Fernando] Bandeira, que foi um dos artífices desse painel eletrônico, desse aperfeiçoamento tecnológico dos mecanismos da nossa deliberação. Começamos por este plenário e, depois, ele será estendido aos demais plenários [das outras comissões] — afirmou.

 

A senadora Ana Amélia (PP-RS), por sua vez, destacou a segurança do processo de votação, com a utilização de urna indevassável.

— Eu acho isso um avanço tecnológico. A tecnologia está aí para facilitar o trabalho dos parlamentares, sem perder a questão do sigilo e também a agilidade na tramitação dessas matérias — afirmou.

Luiz Fernando Bandeira destacou que a instalação do equipamento utilizado na votação só foi possível graças ao empenho do diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio.

— A Câmara já tinha desenvolvido uma urna eletrônica, e não hesitou em fornecer o equipamento e o código. O contexto de modernização é geral, não apenas na votação secreta. Temos agora computador para cada parlamentar, que permite que a pauta da comissão esteja disponível na tela do senador, permitindo economia de papel utilizando na impressão dos avulsos — afirmou.