Código Florestal é alvo de críticas em sessão solene na Câmara

A Câmara lembrou o Dia Internacional do Meio Ambiente

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A Câmara lembrou o Dia Internacional do Meio Ambiente

Em sessão solene, a Câmara dos Deputados lembrou na segunda-feira o Dia Internacional do Meio Ambiente – criado em 1972 com data comemorativa em 5 de junho.

Na presença de representantes de entidades de proteção ambiental e estudantes, deputados e ambientalistas criticaram medidas aprovadas na Câmara, como o novo Código Florestal e o fim da obrigatoriedade de identificação de transgênicos em embalagens de produtos.

No Plenário da Câmara, os ambientalistas apresentavam faixas e camisetas de entidades como o Movimento Somos Água, Rede Mais Cerrado e Associação dos Servidores do Meio Ambiente. A sessão solene foi solicitada pelo deputado Sarney Filho (PV-MA), que não pôde comparecer.

Falando em seu nome, o deputado Penna (PV-SP) ressaltou que os adversários dos ambientalistas “são muito antigos, são os colonialistas internos” que sempre pensam em destruir uma área para logo explorar outra.

“Precisamos ter consciência da atuação predatória da elite nacional e manter a nossa resistência contra a estupidez deste modelo que acaba com a natureza, com os índios e com os quilombolas”, afirmou Penna.

O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ambientalista Claudio Maretti, disse que o Brasil reduziu de forma importante a produção de gases que agravam o efeito estufa e é recordista na criação de unidades de conservação ambiental.

Já o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) fez um discurso em sentido inverso. Segundo ele, o Brasil hoje “vive um retrocesso na agenda ambiental” ao adotar escolhas erradas como o “da matriz energética suja, enquanto o mundo caminha para a energia limpa, não poluidora”.

Agrotóxicos

O deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA), falando pela Frente Parlamentar de Apoio aos Povos Indígenas, disse que o novo Código Florestal “anistiou os desmatadores” e que a legislação sobre os agrotóxicos nega um princípio constitucional, o direito à informação. “Se o produto tem agrotóxico, tenho o direito de saber se estou consumindo agrotóxico”, salientou.

Ao encerrar a solenidade, o deputado Penna, que assumiu a presidência da sessão no lugar do deputado Átila Lira (PSB-PI), observou que infelizmente não há nada a comemorar no Brasil em relação ao Dia Internacional do Meio Ambiente: “Hoje somos o maior consumidor de agrotóxico, temos a pior matriz energética, uma agricultura irresponsável que acaba como nossos recursos hídricos, uma mineração que envenena nossos rios.

Mas não sejamos pessimistas. Espero que no próximo ano tenhamos uma sessão realmente comemorativa”.

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