Bando rende família, faz comida e ainda dá ‘dicas de segurança’ a vítimas

Suspeitos disseram que era ‘muito fácil’ entrar na casa, diz vítima

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Suspeitos disseram que era ‘muito fácil’ entrar na casa, diz vítima

Homens armados invadiram uma casa no bairro Alto Alegre na noite de domingo (6), em Rio Branco (AC), e por quase cinco horas fizeram uma família refém, prepararam comida  na cozinha e ainda deram dicas de segurança para as vítimas. “Eles disseram como tinham que ser as fechaduras da nossa casa”, recorda a funcionária pública, de 26 anos, que não quis se identificar.

Durante as quatro horas e meia que ficaram dentro da casa, de acordo com uma das vítimas, os suspeitos amarram as três pessoas que estavam na residência, reviraram tudo, comeram e ‘explicaram’ para as vítimas como era fácil entrar na casa.
Nos amarraram e machucaram meu marido. Estávamos dentro do quarto e nos colocaram em cima da cama. Eles pediam joias, dinheiro e como a gente não tem esse tipo de coisa, eles foram levando o que tinha na frente. Teve uma hora que eles sentaram de frente para nós e ficaram conversando. Falaram como nosso portão tinha que ser, que se ele tivesse cinquenta trincos como aquele todos seriam arrombados, porque era muito fácil. Eles sabiam de tudo, conheciam todas as fechaduras e como abrí-las”, relembra.

Segundo a dona de casa, o bando levou dinheiro, relógios, celulares, a caminhonete do casal, além de duas malas e algumas sacolas com roupas. Esta foi a segunda invasão em menos de três dias no local. Na madrugada de sexta-feira (4), bandidos entraram na casa e furtaram televisão, notebooks e tablets. O caso foi registrado na Delegacia de Flagrantes (Defla).
 Neste último assalto, a dona de casa relembra que primeiro entraram quatro homens, dois deles armados com revólveres, e os outros dois com facas. Um quinto suspeito chegou horas depois para buscar a caminhonete do casal e todos saíram por volta das 3h30 da madrugada desta segunda-feira (7), em um carro com um sexto assaltante.

“No início eles ameaçaram matar meu marido, depois foram amenizando, acho que porque viram que nós não reagiríamos. Eles ficaram bem tranquilos e tinha um que falava direto no telefone e até disse para nós que só estava cumprindo ordens. Teve outro que me cobriu, pois eu estava de camisola, e disse que se alguém tocasse em nós, em mim e na minha cunhada, levaria tiro”, diz.
Ainda segundo a dona de casa, ela chegou a conversar com o marido minutos antes de fechar a casa para que ele deixasse a caminhonete perto do portão, que isso impediria os assaltantes de entrar na casa. “Como nossa casa tinha sido invadida na sexta, eu disse para meu esposo encostar o carro bem perto do portão. O engraçado é que eles [assaltantes] também disseram isso, falaram que se a caminhonete estivesse encostada no portão eles desligariam o padrão de energia, por causa da cerca elétrica, e pulariam o muro”, conta.
 Sobre o furto de sexta-feira, a vítima conta que estava com a mãe e a cunhada em casa quando os suspeitos chegaram e só ouviu os passos na sala. Ela acredita que eram as mesmas pessoas que invadiram sua casa da primeira vez. “Fiquei trancada dentro do quarto da outra vez, porque meu marido estava viajando. Sei que são os mesmos porque quando um deles achou o controle da televisão furtada comentou com outra pessoa. Ele disse ‘tá aqui o controle da televisão de 50 polegadas’ e aí eu deduzi que eram os mesmo assaltantes”, destaca.

Ainda assustada, a vítima conta que já conseguiu rastrear um dos aparelhos telefônicos e já entrou em contato com a seguradora do carro. “Eles levaram todas as chaves da caminhonete, os documentos, a chave do jipe que está na garagem. A insegurança fica para sempre, foram duas vezes em menos de uma semana. Fica o trauma e os bens materiais a gente tenta recuperar”, finaliza.

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