Antes de anunciar cortes, Dilma ouvirá Temer, Renan e Cunha

Planalto chegou a propostas que permitirão economia de 20 bilhões de reais

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Planalto chegou a propostas que permitirão economia de 20 bilhões de reais

As propostas de cortes e elevação de impostos feitas pelo governo Dilma Rousseff para tentar conter o déficit de 30,5 bilhões de reais do Orçamento para 2016 serão apresentadas aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), antes de serem divulgadas oficialmente ao público e à imprensa. A presidente também quer esperar o retorno ao Brasil do vice Michel Temer e de seis ministros que estão com ele no exterior para definir os cortes e a redução do número de ministérios. Atualmente, a Esplanada conta com 39 pastas, e Dilma pretende cortar até dez delas. Temer é um dos principais líderes do PMDB, partido mais forte da coalização que sustenta a petista e tem hoje sete ministros.

Em nova rodada de reuniões no Palácio da Alvorada, Dilma decidiu no domingo elevar de 15 bilhões para até 20 bilhões de reais a meta de redução de gastos públicos. Mais adiante, em uma outra etapa do ajuste nas contas, o Planalto pretende aumentar alíquotas de impostos já existentes para zerar o déficit de 30,5 bilhões de reais previsto no Orçamento para 2016. Esse arranjo abriria caminho político no Congresso para a criação de novos tributos que teriam como meta atingir o superávit primário de 0,7% do PIB.

Vice – Temer chegou no início da tarde de domingo a Moscou, na Rússia, para a primeira etapa de uma viagem de cinco dias pela Europa. Na agenda, estão acordos de cooperação econômica e comercial, de energia, agricultura e defesa. A viagem já estava programada, mas cai em um momento crítico para os dois governos, membros do grupo Brics, que reúne grandes países emergentes – Brasil, Rússia, Índia, China, e África do Sul.

Envolvido pela crise política e pela desaceleração econômica que resultaram no rebaixamento da nota de risco e na perda do grau de investimento pela agência de ratings Standard & Poor�s, o Brasil busca ampliar o comércio exterior.

Em Moscou, a delegação brasileira tem, além de Temer, que no domingo não falou com jornalistas, o ministro da Defesa, Jaques Wagner, a ministra da Agricultura, Katia Abreu, o de Minas e Energia, Eduardo Braga, o de Desenvolvimento, Armando Monteiro, o de Turismo, Henrique Eduardo Alves, e o da Pesca, Helder Barbalho. De todos os ministros da comitiva, quatro integram o PMDB e um o PTB – apenas Wagner é do PT.

Entre os compromissos da delegação em Moscou estão o encontro com Sergei Naryshkin, presidente da Câmara de Deputados da Rússia, nesta segunda-feira, e a 7ª Reunião da Comissão de Alto Nível de Brasil e Rússia, quando Temer terá encontro com o primeiro-ministro e ex-presidente russo Dmitri Medvedev, na quarta-feira. Na terça-feira, o destaque é o Fórum Empresaria Brasil-Rússia. Depois de Moscou, a delegação brasileira segue para Varsóvia, capital da Polônia, na quarta.

 

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