Crescimento sustentável e as mudanças de mentalidade

A crise de 2020 pode ser um ponto de virada importante para a economia e a indústria de todo o mundo, não apenas acerca de quantidade e qualidade do que é produzido, mas também na mentalidade por trás da produção. Ao mesmo tempo, não é a diminuição do poder da indústria mundo afora que vai […]

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A crise de 2020 pode ser um ponto de virada importante para a economia e a indústria de todo o mundo, não apenas acerca de quantidade e qualidade do que é produzido, mas também na mentalidade por trás da produção.

Ao mesmo tempo, não é a diminuição do poder da indústria mundo afora que vai mudar a forma como enxergamos a cultura de produtividade em todos os seus aspectos – isso seria falar da sociedade como um todo.

O que podemos ver, porém, é onde estamos errando e o que tende a mudar. Vamos analisar, então, quais são os setores que mais prometem para os próximos anos, como o momento presente pode afetar o futuro e como isso afeta a todos nós em nível pessoal. A mudança de mentalidade sempre é o primeiro passo: cada vez mais a sustentabilidade está “na boca do povo” e é algo exigido por consumidores, organizações e governos.

Tecnologia

Ninguém pode duvidar do papel que a tecnologia desempenha e continuará desempenhando cada vez mais na sociedade como um todo.

Um exemplo claro que mostra o avanço da tecnologia em sua aplicação prática é a indústria do entretenimento. Foi-se o tempo em que a televisão e seus poucos canais eram monopólio de informação e cultura popular.

Em 2016 no evento Youtube Brandcast foi revelado que a plataforma já contava com mais audiência no horário nobre, entre o público de 18 a 49 anos, do que os 10 maiores programas da televisão norte-americana combinados. No Youtube Brandcast de 2019, mais um dado comprovando que cada vez mais a televisão tradicional está ficando para trás é que o consumo de vídeos na internet havia crescido cerca de 165% nos últimos 5 anos, enquanto o da televisão apenas 24%.

Da mesma forma, outros métodos de diversão se viram afetados. O que antes era ficção hollywoodiana para a maioria das pessoas, como jogar em cassinos, hoje está ao alcance de todos pela internet, com a praticidade de apostar em cassinos online sem sair do sofá, usando seus celulares.

De acordo com um estudo encomendado pela Global Market Insights, espera-se que a movimentação financeira envolvendo apenas apostas e cassinos online fique na casa dos 160 bilhões de dólares até 2026.

Não estamos falando apenas do mundo ocidental, do Brasil ou de um grupo de indivíduos ou nichos, mas do planeta em si, uma vez que ele é afetado como um todo pela cultura capitalista à qual estamos todos submetidos.

Mas o avanço tecnológico não afeta somente como nossas vidas cotidianas são levadas, mas também a forma como impactamos nosso planeta.

Sustentabilidade

Falar em um mundo mais sustentável está cada vez mais na moda, mas muita gente ainda pensa apenas em uma realidade distante – talvez especialmente no Brasil – de árvores sendo plantadas ou sistemas de reaproveitamento de água da cozinha para regar plantas. Mas a mudança vai muito além disso e é algo que deve ser feito por todos nós e que já é uma realidade entre grande parte empresas.

Para se ter ideia da proporção, um estudo da UCL (University College of London) aponta que em 2019, apenas nos Estados Unidos, a chamada Indústria Verde movimentou 1.3 trilhão de dólares em receita, o que representa 16,5% de toda o segmento no mundo.

Para fazer parte da indústria verde não é preciso criar um produto revolucionário feito de resíduos. Um serviço de transporte que use veículos menos poluentes – seja movidos a energia elétrica ou até compartilhamento de bicicletas – já é um exemplo. Ou então uma fazenda que busca diminuir seu impacto ambiental, reutilizando água e preservando a mata.

A mudança no mundo corporativo é fundamental, mas pequenas ações domésticas também podem fazer toda a diferença. Consumo de energia é um passo importante, por exemplo. Não apenas a energia elétrica está encontrando novas formas, mais sustentáveis, de ser gerada, como todos podemos contribuir diminuindo o consumo.

Essa é uma preocupação legítima para ter desde agora, quando o home office e a educação à distância, online, se tornaram realidade para muitos brasileiros e pessoas de todos os país.

O mesmo vale para tantos outros pontos do cotidiano que muitas vezes sequer notamos que pode fazer uma diferença impactante a longo prazo: consumo de alimentos industrializados, consumo de plástico, reciclagem e por aí vai.

Novas formas de experimentar o mundo

É uma ilusão pensar que estamos estagnados na busca por novas maneiras de encarar o mundo – maneiras mais adequadas a uma realidade que, sabemos bem, pode se tornar insustentável em poucos anos se continuar no mesmo ritmo.

Novas ideias surgem a cada ideia, e novas experiências acabam sendo feito mesmo que de maneira involuntária. Nos primeiros meses de pandemia, por exemplo, o nível de poluição em rios e canais pelo mundo diminuiu drasticamente, bem como a emissão de carbono pelos carros.

Talvez esse tipo de experiência seja um bom ponto de base para tentarmos entender para onde a indústria pode crescer e, principalmente, como fazê-la crescer de maneira amigável ao meio-ambiente e à nova realidade a qual estamos submetidos e, também, àquela que nossos descendentes verão.

Todo tipo de mercado se encontra em expansão no momento, desde os mais tradicionais, como construção, até áreas inovadoras, como realidade virtual. Algumas delas podem representar gigantes de pensamento antiquado, mas outras tantas olham para frente, e é aí que devemos ficar atentos.