A ação da PM resultou na morte de Vitor Fernandes
Simone Tebet é pré-candidata à presidência da república pelo MDB.
Diante dos conflitos em aldeia indígena de Amambai, a 352 quilômetros de Campo Grande, a senadora por Mato Grosso do Sul Simone Tebet pediu investigação. Ação da PM (Polícia Militar) deixou um morto e 10 feridos — entre indígenas e policiais — foi criticada pela pré-candidata à presidência da república.
“É preciso investigação e punição rigorosas diante dos acontecimentos em Amambai e Naviraí no Mato Grosso do Sul, que resultaram na morte de um indígena e feriram mais de 10 pessoas entre povos originários da etnia Guarani Kaiowá e policiais”, apontou a senadora.
Indígenas Guarani Kaiowá pedem auxílio para lidar com o conflito, já que os problemas antecederam a retomada de uma propriedade rural em 23 de junho. Entre os conflitos, o indígena Vito Fernandes, de 42 anos, foi morto.
“O Brasil está cansado de tanta violência”, destacou Simone. Para a senadora, é preciso um governo que “sinalize diálogo e tolerância para que o país encontre mecanismos mais eficientes para estabelecer e garantir os direitos dos povos originários e pôr fim aos conflitos”.
A senadora acredita que “é possível um novo caminho”. O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) manifestou solidariedade à comunidade Kaiowá e Guarani do tekoha Guapo’y e aos familiares de Vitor Fernandes. Segundo o Conselho, Vitor foi "vítima de uma violenta e ilegal ação de despejo praticada pela Polícia Militar (PM) do estado de Mato Grosso do Sul no dia 24 de junho de 2022".
Em 23 de junho houveram as primeiras movimentações para retomada da área indígena, na Fazenda Borda da Mata, ofício foi encaminhado para a Funai (Fundação Nacional do Índio), MPF (Ministério Público) e Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). No pedido, foi reforçada a situação de conflito interno na aldeia.
Além da morte de Vito Fernandes e três policiais baleados, dois adolescentes indígenas, sendo um menino de 13 anos e uma jovem de 14, foram atingidos por disparos de arma de fogo na região do abdômen e tiveram exposição de vísceras. Ao todo são 11 vítimas, entre eles indígenas e policiais militares.
A região é chamada de Guapoy pelos indígenas, que afirmam que fizeram uma retomada da área. Logo após a primeira invasão, policiais do Choque foram ao local e o grupo saiu. No entanto, segundo a gerente da fazenda, eles retornaram momentos depois armados, atirando.
Novamente os policiais foram acionados, quando ocorreu o primeiro conflito. O que é relatado pelas Forças de Segurança é que há um conflito interno na aldeia, que a princípio é pacífica. Os dois jovens indígenas foram levados conscientes para atendimento no Hospital Regional de Ponta Porã, de acordo com o médico ortopedista Edinaldo Luiz de Melo Bandeira, que também é prefeito de Amambai.
Vito morreu atingido por três disparos no tórax e quadril. Além dos adolescentes, uma mulher indígena, foi atendida com ferimento no joelho, causado por arma de fogo. Ela foi atendida e liberada.
Outra mulher adulta, indígena, foi atendida com um ferimento de corte contuso na cabeça e perfuração de projétil de arma de fogo, que transfixou, na região da coxa. Ela encontra-se internada no Hospital Regional de Ponta Porã.
Um jovem adulto, também indígena, foi atendido com fratura em uma das mãos, também causado por tiro. Ele também foi atendido e liberado. Outro homem adulto, indígena, foi medicado devido a um ferimento de arma de fogo na altura do bíceps e já foi atendido e liberado.
Outro adulto homem, indígena, sofreu fratura exposta de fêmur, ferimento causado por arma de fogo. Consciente e orientado, foi levado ao Hospital Regional de Ponta Porã.
Esta notícia foi publicada em 26 de junho de 2022 08:08
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