Um dos assuntos mais comentados do Twitter desta quarta-feira (4), o Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu entrevista à revista Time e falou sobre política e a guerra na Ucrânia.

Segundo o Estadão, a entrevista foi concedida no final de março. Na versão em inglês, o título atribuiu a corrida presidencial deste ano como “o segundo ato de Lula”, chamado de “presidente mais popular do Brasil”.

O texto foi assinado pela Cyara Nugent e traça um perfil do retorno do petista à disputa eleitoral após passar 580 dias preso no âmbito da operação Lava Jato.

Guerra na Ucrânia

Na entrevista, Lula responsabilizou o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, a e os Estados Unidos pela guerra em curso na Ucrânia.

O ex-presidente, porém, ressaltou o papel de Zelenski no conflito. “Esse cara (Zelenski) é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado”, disse o ex-presidente. “(…) o comportamento dele é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo”, diz trecho publicado pelo Estadão.

Segundo Lula, se ele fosse o presidente do Brasil, teria ligado para o presidente americano Joe Biden, para Putin, “para a Alemanha” e para o presidente da França, Emmanuel Macron, no esforço de tentar resolver o conflito de forma diplomática.

“Putin não deveria ter invadido a Ucrânia. Mas não é só o Putin que é culpado, são culpados os Estados Unidos e é culpada a União Europeia. Qual é a razão da invasão da Ucrânia? É a OTAN? Os Estados Unidos e a Europa poderiam ter dito: ‘A Ucrânia não vai entrar na OTAN’. Estaria resolvido o problema”, afirmou o petista.

Jogador de futebol

Durante a entrevista, Lula assumiu discurso eleitoral e ainda citou o jogador de futebol americano Tom Brady, que ganhou diversos títulos na liga nacional do esporte, como exemplo de suas pretensões. “Ele (Brady) é o melhor jogador do mundo há muito tempo, mas em cada jogo, seus exigem que ele jogue melhor do que no último. Para mim, com a presidência, é a mesma coisa. Só estou correndo porque posso fazer melhor do que antes.”

Lula também afirmou nunca ter desistido da política e resgatou bandeiras econômicas de seus governos, referindo-se à alta do desemprego e perda de renda. Entretanto, afirmou não discutir política econômica antes de ganhar eleições. “Há uma expectativa de que eu volte a presidir o País porque as pessoas têm boas lembranças do tempo em que eu fui presidente. As pessoas trabalhavam, as pessoas tinham aumento de salário, os reajustes salariais eram acima da inflação”, disse.

Em 2018, capa da revista Time com a foto do presidente Jair Bolsonaro como personalidade do ano, viralizou nas redes sociais, mas a foto era uma fake news (notícia falsa).

A revista escolheu os jornalistas mortos e presos como “Pessoa do Ano” de 2018. A publicação revelou na época os protagonistas de sua edição especial de fim de ano.

A revista americana, desde 1927, escolhe uma pessoa ou grupo de pessoas que para o bem ou para o mal tiveram a maior influência em eventos do ano.