O MPF (Ministério Público Federal) pediu que os cinco denunciados no caso que ficou conhecido como ‘Massacre de ' – que terminou na morte de um indígena, em 2016 – sejam submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri.

O crime aconteceu em 14 de julho de 2016 e resultou na morte do agente de saúde Guarani Kaiowá Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza. Outros indígenas também ficaram feridos por disparos de armas de fogo.

Os cinco proprietários rurais organizaram, promoveram e executaram o ataque à comunidade Tey Kuê. Cerca de 40 caminhonetes, com o auxílio de três pás carregadeiras e mais de 100 pessoas, muitas delas armadas, retiraram à força um grupo de aproximadamente 40 indígenas Guarani Kaiowá de uma propriedade ocupada por eles.

Morte do indígena

Clodiode Aquileu foi assassinado com um tiro no abdômen e outro no tórax. Outros seis indígenas, inclusive uma de 12 anos, foram atingidos por disparos e ficaram gravemente feridos. Dois índios sofreram lesões leves e a comunidade foi constrangida violentamente a deixar a área.

Após longa tramitação do processo, o MPF entendeu que a investigação demonstra que não houve dolo e que há indícios da autoria para que os acusados sejam levados ao julgamento pelo Tribunal do Júri.

Conflito recente

Recente, outra morte de indígena durante ocupação de terras foi registrado. Trata-se de Vitor Fernandes, de 42 anos. Os confrontos entre índios e a PMMS (Polícia Militar de MS) começaram no dia 19 de junho, na aldeia de Eles pediam apoio para providências na área de retomada, por questões de conflitos internos.

A ação do Batalhão de Choque aconteceu após o povo da etnia Guarani e Kaiowá retomar uma parte do território de Guapoy, em Amambai. Os militares foram enviados à região e houve conflito. Uma semana depois do confronto, a Justiça Federal convocou representantes para a audiência.

Após o sepultamento de Vitor, os indígenas da retomada Guapoy decidiram permanecer no local e manter a ocupação. No local que fica nas proximidades da Borda da Mata, foram construída nova casas que segundo informações do Cimi (Conselho Missionário Indigenista) já estão habitadas.