A mudança de rota e nos horários dos ônibus do Consórcio Guaicurus que passam pelo Campo Belo, na zona norte de , é motivo de transtorno para os moradores, forçando alguns a desistir do transporte público ou caminhar até o bairro vizinho, onde há mais opções. A linha do bairro (213) agora vai somente até o e não mais até o Terminal General Osório, como era antes da pandemia, onde o acesso às linhas que vão para o centro da cidade são mais frequentes. 

Antes da covid, funcionavam duas linhas no bairro, a “A” e “B” que faziam trajetos diferentes, mas agora resta apenas uma, que passa de hora em hora, e com atrasos, de acordo com os moradores. “Ele indo para o Terminal Nova Bahia dá uma atrapalhada boa porque a gente já estava acostumado a ir para o Terminal General Osório, já ia metade do caminho. Agora tem que ir para lá, pegar outro e só depois ir para o General”, explica a manicure, de 21 anos, Alanis Simionato.

A jovem pega ônibus quatro vezes por semana para ir trabalhar e conta que não dá para confiar nem mesmo no que está programado. “Geralmente eu acompanho pelo Google Maps, ele atrasa uns 20 minutos, meia hora, anda muito devagar, eu já peguei ele andando 20 km por hora”.

Reclamação semelhante é a da moradora do bairro, Francisca de Oliveira, de 60 anos, que desistiu de andar de ônibus devido aos horários e agora recorre aos filhos para a levarem onde precisa. “Aqui o pessoal desiste de pegar no bairro e vai pegar no corredor [do Nova Lima], na Avenida Marquês de Herval, onde passa as linhas do Vida Nova e Salazar”. A linha 211 (Vida Nova) passa pelo Terminal Nova Bahia e, em alguns horários, também vai para o Terminal General Osório.

Perigo na saída de escola

Rua da Professora Ada Teixeira dos Santos Pereira. (Foto: Marcos Ermínio/ Midiamax)

Além disso, Francisca também pontua que outro transtorno do bairro está nos horários de entrada e saída dos alunos da Escola Estadual Professora Ada Teixeira dos Santos Pereira. “A Avenida Gualter Barbosa [que fica aos fundos da escola] é muito movimentada e, às vezes, é difícil atravessar a rua, ela dá acesso ao Nova Lima e ao centro da cidade”, explica.

Gian Carlos Mendes, de 22 anos, observa que o trânsito no bairro na maior parte do tempo é tranquilo, mas classifica como um “caos” a saída da escola. “A gurizada não respeita. Os pais não acompanham, só vão na frente dos carros, e seja o que Deus quiser”, relata.

O comerciante Youssef El Houari, de 48 anos, possui um estabelecimento na esquina da escola estadual e concorda com a situação complicada da saída dos estudantes, que ficam em grupos ao longo da rua Lourenço da Veiga, o que complica o trânsito na região. “Precisava de uma passarela para os alunos não andarem na rua, os carros não conseguem passar”, ele narra.

O Midiamax entrou em contato com o Consórcio Guaicurus e com a Prefeitura Municipal de Campo Grande para tratar, respectivamente, sobre a linha de ônibus e o trânsito em frente à escola. O espaço segue aberto para manifestação.

Em nota, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) informou que “a equipe de sinalização já foi notificada e que irá até o local para fazer os levantamentos necessários para implantação das sinalizações mais adequada para a região”.

*Matéria atualizada em 16/08/2022 para acréscimo da resposta da Prefeitura.